Ações da Zoom Video disparam na crise. Será que é uma bolha?
A empresa americana de videochamadas Zoom viu suas ações dispararem e subir 170% em 2020, ao passar de US$ 70 para ao redor de US$ 170 na cotação mais recente na Bolsa Nasdaq.
O motivo foi a crise da Covid-19 e as medidas de distanciamento adotadas, o que fez crescer o número de chamadas de vídeo.
O valor de mercado da Zoom alcançou a cifra de US$ 49 bilhões, o que equivaleria a quase R$ 280 bilhões na cotação do dólar de hoje.
A Vale, que é a empresa mais valiosa da B3, está avaliada em R$ 260 bilhões, enquanto a Petrobras vale R$ 240 bilhões e o Itaú, R$ 221 bilhões.
Na avaliação da Exame, essa forte valorização mostra que empresas do setor de tecnologia têm ganhado a preferência dos investidores durante essa crise, bem como empresas americanas também têm se destacado com o maior pacote de estímulos vindo do governo americano.
Mas será que é uma bolha? Essa não é uma pergunta tão fácil de responder, apesar de o senso comum levar a crer que houve uma supervalorização das ações da Zoom.
Apesar de empresa ter apresentado ótimas soluções durante a quarentena, com possibilidade de videochamadas com número de pessoas praticamente ilimitado, além de período de teste gratuito, como é a estratégia da Netflix, por exemplo, a Zoom tem concorrentes de peso, que já estão reagindo.
A começar pelo Whatsapp, presente na maioria dos smartphones, o app disponibilizou em fase de testes a possibilidade de videochamadas com grupos de até 50 pessoas.
Outros concorrentes de peso também têm força para reagir, como a Microsoft, com o Skype, e o Hangouts do Google.
Em um primeiro olhar, não podemos descartar a possibilidade de as ações da Zoom voltarem a cair quando as coisas voltarem ao normal. Ou será que as pessoas continuarão fazendo tantas videochamadas e os atuais usuários da Zoom se tornarão clientes fiéis à marca?
Essas ainda são perguntas ainda sem respostas definidas.
Como investir nas ações da Zoom? Há dois caminhos. Um deles é abrir conta em uma corretora americana que opere diretamente na Bolsa Nasdaq, onde as ações da Zoom são negociadas.
Para isso, terá que abrir uma conta no exterior, fazer a transferência para a sua conta, que terá incidência de IOF, além de conversão pelo câmbio comercial com uma taxa adicional.
O segundo caminho é por uma corretora brasileira que trabalhe com BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que são certificados que representam ações de empresas estrangeiras. Ao investir em uma BDR da Zoom aqui no Brasil, a ação negociada na Bolsa dos EUA fica depositada e bloqueada em agente custodiante, garantindo que ela é sua.
Sempre cheque a taxa de corretagem para esse tipo de operação na sua corretora para não inviabilizar seu investimento.