Abismo

Em sombra o corpo paralisa

Encontro nenhum

Medo, muito

Sonhos distantes, encobertos

Olhar que olha um único ponto

Olhar que olha ponto nenhum

Tempo vazio de esperança

O Todo, tão grande, assusta e congela a percepção

A liberdade de seguir sem caminho congela o passo

Movimento nenhum


Ilusão

Invisível movimento sustenta vida

O corpo acredita-se paralisado

O Ser pulsa , esperando, quieto

Silêncio

A célula se acredita morta

E chora

Transborda substância, que viva,

Acorda o som

Transborda um pedido

Calor



Encontro

O corpo contrai

Pergunta: Que caminho?

O Olhar convida no pulso do coração

Vem, escuta, experimenta nova-mente, teu fluxo

Não há caminho, só o passo do teu caminhar

Pegada nenhuma.

A célula acorda , espreguiça e espreita , quieta ainda

Percebe Luz numa pequena fresta

Cheia de coragem, experimenta

Abre, pulsa coração, respira

Engasga, tosse, pira, recua

 Sente gosto bom, calor

Abre mais um pouco

Quando vê, respira o som

 Pausa.

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