Abordagem ágil, quando utilizar?
Hoje em dia é muito comum se ouvir falar em metodologias ágeis, gestão ágil. O “ágil” indica reações rápidas às mudanças e a capacidade de adaptação. Mas, por que atualmente se fala tanto em ágil? E para responder essa pergunta precisaremos voltar um pouco na história pois, na realidade, o ágil está bastante relacionado a outro conceito, o “lean”.
O lean é um modelo gerencial aplicado por meio de princípios e técnicas operacionais, que tem como objetivos a redução do desperdício, a melhoria da qualidade e a maximização do valor entregue ao cliente. Os focos do lean são a eficiência e a eficácia do processo e o lean é centrado em se criar mais valor, com menos trabalho.
O termo lean foi utilizado pela primeira vez por John Krafcik em 1988, em sua tese de mestrado intitulada “Triumph of the Lean Production System”. E está relacionado ao conceito da Manufatura Enxuta, que é a base do Toyota Production System – TPS, desenvolvido por Taiichi Ohno, durante o período de reconstrução do Japão após a Segunda Guerra Mundial.
Os sete princípios do lean são: eliminar desperdício, amplificar conhecimento, entregas rápidas, adiar decisões, fortalecer a equipe, construir qualidade e otimizar o todo. E estão estreitamente alinhados com os princípios do ágil, que foca nas pessoas, no produto, nos clientes e na capacidade de mudar.
A origem do ágil data de 2011, quando um grupo de desenvolvedores, cansados dos métodos tradicionais e de suas etapas engessadas, se reuniram para elaborar o Manifesto Ágil, uma declaração que contém os princípios do desenvolvimento ágil de software.
O Manifesto Ágil foca em quatro valores:
Apesar do ágil ter surgido para desenvolvimento de software, logo se espalhou para outras áreas, principalmente devido à sua eficiência.
Entre as principais características das metodologias ágeis, podemos destacar:
Apesar da crescente adoção das abordagens ágeis não podemos afirmar que elas são melhores em todos casos, do que a abordagem tradicional, conhecida como metodologia cascata. A aplicação de metodologias ágeis faz sentido quando estamos diante de projetos que têm alto grau de incerteza, como por exemplo no desenvolvimento de um novo aplicativo para celular, em que podemos, com as primeiras entregas, testar e colher informações que subsidiarão as etapas seguintes. Mas no caso de projetos têm baixo grau de incerteza, em que se sabe ao certo aonde se quer chegar, como por exemplo na construção de um prédio, provavelmente a adoção de metodologias ágeis não faça sentido, pois a equipe que será envolvida, e os rituais da metodologia, provavelmente trarão desperdício de tempo e dinheiro.