A Aceitação
Aceitação
A aceitação é um estado emocional poderoso que permite processar e integrar experiências difíceis sem ressentimento ou resistência. Ao contrário do perdão, que muitas vezes implica uma dinâmica de poder ou condescendência, a aceitação é uma resposta neutra e equilibrada. Reconhecer a realidade como ela é, e escolher seguir em frente com clareza e paz.
A aceitação dá-nos capacidade para enfrentar os acontecimentos, a reconhecer tanto a dor como as lições que traz. Isto não tem a ver com a aprovação de ações ou comportamentos prejudiciais ou fingir que algo não nos causou dor, pelo contrário implica que reconhecemos os factos, mas não os negamos ou fugimos deles. No fundo precisamos de libertar-nos da necessidade do controlo, de retribuir ou procurar explicações para um fim.
Aprendemos a significar as nossas experiências, concentramo-nos no que ganhamos com cada uma dessas experiências.
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É importante não confundir a aceitação com resignação; o que devemos encontrar na aceitação é um estado de paz interior que ajuste as nossas emoções a uma atitude positiva. Para podermos entender este processo, não devemos olhá-lo como um processo instantâneo, mas um conjunto de etapas e progressão, onde encontramos vários estados:
O primeiro é a resistência, a rejeição do que não deveria de ter ocorrido, o sentirmos raiva, negação ou frustração. Seguidamente o reconhecimento, o confronto com o que realmente aconteceu, como impactou em nós, os sentimentos de tristeza ou por exemplo de arrependimento. Acabamos depois por integrar a experiência, como ela pode ter um significado na nossa vida mais ampla, e daí vem a fase de libertação, a perda do peso emocional que nos carregava, sendo não mais que uma parte da nossa história, que já não nos define nem controla
Quando aceitamos, conseguimos libertar-nos do ressentimento, saber seguir em frente, saber como a culpa ou a raiva nos prendem ao passado, e por isso aceitarmos, transforma-nos, abre outras possibilidades, já não resistimos ao passado, exploramos outras perspetivas: deixamos de nos interrogar "por que aconteceu isto?" para "o que posso fazer agora?". Este processo faz com que ganhemos paz interior e por isso a diminuir os nossos conflitos intrapessoais, a ganhar equilíbrio emocional.
Se pensarmos nas nossas relações interpessoais, aceitação promove um equilíbrio de poder e respeito mútuo, leva-nos a dizer "Aceito o que aconteceu e escolho seguir em frente" aumentando a nossa maturidade e que, ambas as partes avancem sem ressentimentos. Praticar de forma contínua, como uma escolha, vai necessitar da nossa parte de mais autoconhecimento, compaixão e paciência, quer por nós mesmos quer pelos outros. Entre os aspetos que nos ajudam, saliento o reconhecimento das emoções, a partilha dos nossos sentimentos, encarar a aceitação como um ganho, uma dádiva, libertando-nos do peso da culpa e do ressentimento, de acreditar que podemos operar a mudança em nós, , honrar as boas e as más experiências para podermos crescer mais fortes, mais sábios e em maior paz com a nossa vida.