Acertos e erros dos intercambistas

Há mais de cinco anos à frente da Seda College, já acompanhei o dilema de milhares de estudantes do mundo todo ao tentar encontrar a melhor maneira de vencer os desafios de um novo idioma e de conviver com culturas diferentes. A missão no exterior nunca é simples, mas pode ser mais fácil ou mais difícil dependendo do propósito e da organização de cada um para alcançar o que deseja. Para aqueles que estão pensando em como programar um tempo fora, de maneira que o investimento seja proveitoso, selecionei algumas dicas sobre o que o estudante deve e o que não deve fazer:

Como acertar

Focar na experiência

 É importante lembrar quais são as vantagens de estudar fora – por exemplo, conviver com outras culturas, descobrir novos lugares e valores, criar mais responsabilidade e independência - e aproveitar esses diferenciais. Para superar as dificuldades, vale lembrar que tudo é experiência e, acredite, os momentos ruins serão lembrados no futuro com boas risadas se resultarem em aprendizado. A convivência com pessoas de outras nacionalidades nem sempre é fácil, mas permite desenvolver a flexibilidade, ajuda a descobrir detalhes culturais e prepara as pessoas para a vida e para o mercado de trabalho – principalmente quanto o assunto é diversidade e adversidade.

Viver o momento 

 A saudade bate forte em alguns momentos, mas quem escolhe fazer um intercâmbio deve sempre ter em mente um objetivo maior e viver “de corpo e alma” cada situação. A palavra-chave é imersão. Por exemplo, se a única alternativa para seu orçamento for dividir quarto, que assim seja. O importante é tirar algum aprendizado disso. Se o emprego for algo que você não gosta ou muito abaixo da sua capacidade, tente tirar proveito da experiência para aprender a lidar com o público, com chefes, colegas e, principalmente, para praticar o idioma estudado. O intercâmbio não é uma experiência perfeita, pelo contrário, ele é maravilhoso justamente por criar momentos de grandes dificuldades, que mais tarde serão lembrados com alegria e orgulho pela superação.

Conhecer gente 

 Ampliar a rede de contatos é fundamental para quem quer bons resultados do intercâmbio. A questão não é interesse ou tirar vantagem dos contatos, mas fazer amigos é a melhor maneira de ampliar as experiências. Quando se conhece gente, se aprende mais. Descobrindo o outro, é possível descobrir até mesmo um pouco de si mesmo. Além do mais, são nesses novos contatos que você encontrará suporte para os momentos complicados e incentivos para continuar em frente.

O que evitar

 Ficar preso ao passado

 É preciso deixar de lado as referências anteriores para tirar proveito do que está por vir. Tudo é diferente no exterior – comida, moradia ou mesmo as relações sociais. Esteja aberto ao novo e disposto a entender o diferente e, principalmente, a aceitá-lo.

Não “sair” do Brasil

 Não há nada de errado em fazer amizade com brasileiros no intercâmbio. É um jeito de se sentir mais próximo de casa. Porém, de nada adianta a experiência internacional se a pessoa viver rodeada apenas de pessoas com costumes semelhantes aos seus. Diversificar é a melhor maneira de fazer a experiência agregar valor. Deve-se diversificar não apenas os amigos, mas os hábitos alimentares, as preferências por festas ou atrações culturais.

Não arriscar 

 O propósito dessa dica não é incentivar as “loucuras” dos intercambistas, mas motivá-los a correr o risco de errar mais. Isso vale para a prática do idioma, pois só aprendemos errando. Também se aplica à busca de emprego, de novos contatos, amigos e até mesmo de uma moradia melhor. As coisas só serão alcançadas com esforço e esse esforço pode representar sair da zona de conforto e correr riscos de errar, de parecer despreparado ou “cara de pau”. É preciso coragem para alcançar o que se deseja. Mas, se sua ação não for prejudicar o próximo, o que você tem a perder?