Acessibilidade e o Design - Alinhando estratégias comerciais com condutas de inclusão social
Acessibilidade e o Design

Acessibilidade e o Design - Alinhando estratégias comerciais com condutas de inclusão social


Por que falar sobre Acessibilidade?

A população passa a se preocupar cada dia mais com a qualidade de vida. Então hoje falarei de um público que infelizmente ainda é pouco mencionado quando o assunto é planejamento de ambientes: os deficientes físicos.

São raros os lugares que possibilitam o acesso e permanência de pessoas com deficiência.

Qualquer pessoa que tenha algum tipo de comprometimento físico, sensorial ou mental, pode ser considerada deficiente se comparada à outra pessoa na mesma idade e sexo e que não apresente limitações físicas.

Com tudo isto também temos as pessoas da maior idade – dita terceira idade, que podem apresentar alguma mobilidade reduzida ou/e algum dos cinco sentidos prejudicados.


Incluir a acessibilidade dentro de casa, ou em qualquer tipo de empreendimento, é algo que não pode faltar quando se pensa em construir, reformar ou adquirir um imóvel. A legislação brasileira estabelece normas e parâmetros para facilitar a mobilidade nos ambientes, mas nem sempre profissionais da construção ou os proprietários dos estabelecimentos estão cientes dessa necessidade.



A associação Brasileira de Norma Técnica (ABNT), de acordo com a NBR 9050/04 (ABNT,2004) define: 

Acessibilidade como a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos.

Acessível seria o espaço, edificação, mobiliário, equipamentos urbanos ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive aqueles com mobilidade reduzida.

De acordo com a Or­­ga­­ni­zação das Nações Unidas (ONU), há mais de 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo – cerca de 45 milhões no Brasil. Em média, 500 brasileiros se tornam deficientes todos os dias, por acidentes ou por doenças que deixam sequelas.

A prática de atividade física é um auxílio ao portador de deficiência física, podendo melhorar sua mobilidade e socialização. Uma pesquisa realizada pela ONG -, afirma que em algum momento da vida 10% da população terá algum tipo de deficiência, seja permanente ou provisória. 


Aproveitando a oportunidade: atender ao público PCD (Pessoas com Deficiência)

Conforme citado anteriormente, cerca de  45 milhões de brasileiros possuem alguma deficiência.

Aliado a isto se ressalta que muitas vezes estas pessoas estão acompanhadas por seus cuidadores, ou familiares e amigos, também consumidores em potencial, no mínimo dobrando-se em média o número levantado inicialmente. Com isto podemos projetar um público que se torna alvo de interesse, a partir da questão oportunidade.

No discurso equivocado de "Não atendemos pessoas com necessidades especiais, porque elas não costumam transitar por aqui…", o que acontece na realidade é que não transitam porque não conseguem!

No comércio de um modo geral, entendido como lojas de vestuários e calçados, restaurantes, bares e lanchonetes, farmácias, academias, galerias, bancos, docerias, sorveterias, cafés, supermercados, magazines e outros, a questão é bastante similar.


Estabelecimentos comerciais podem oferecer conforto com segurança aos seus clientes, principalmente àqueles com alguma limitação, executando muitas vezes poucas e simples alterações de layout, praticamente sem custos de obras.

Incorporar a idéia de que atrair e atender não são coisas distintas, mas sim seguem um mesmo ideal e objetivam concretizar na prática a satisfação de servir bem a quem quer que seja, sem distinção, já é o inicio de uma boa prática.


O Design e a inclusão social

Em termos práticos, a palavra acessibilidade, que significa “ter acesso”, ganhou peso importante no ramo de arquitetura, urbanismo e design, e faz parte da política de inclusão social.

A partir de projetos elaborados por profissionais, pessoas com alguma deficiência física, visual ou com mobilidade reduzida conseguem ter garantido o direito de ir e vir nos espaços de uso público.

Por exemplo: cadeirantes e outras pessoas deficientes devem ter livre acesso a lugares mais altos por meio de rampas, corrimãos e outros suportes especiais instalados.

Para deficientes físicos e com mobilidade reduzida, que sejam permanentes ou temporárias, a lei reserva soluções imediatas e práticas de modo a facilitar ou garantir o trânsito e a comunicação com o meio social.

Para isso, algumas soluções já foram criadas e devem ser utilizadas:

- Calçadas regulares;

- Rampas;

- Corrimãos;

- Sanitários de tamanhos adaptados;

- Acessórios e acabamentos próprios (barras de apoio, piso tátil, etc);

- Sinalização e iluminação apropriada;

- Tecnologia: Inúmeras adaptações podem ser feitas dentro de um ambiente, principalmente comercial,  para facilitar a rotina de quem está na terceira idade ou tem alguma deficiência. Elevadores e plataformas são opções para cadeirantes ou pessoas que não podem subir escadas.


 Piso tátil


Rampa de acesso móvel

 

Cadeira Elevatória



Projeto para pessoas com deficiência custa caro?

Designers, engenheiros, fabricantes da construção civil e arquitetos, além de administradores públicos, são atores diretos durante esta mudança.

Eles são os responsáveis por apresentar soluções considerando tipologias humanas diversas.

Tendo o design universal como objetivo, as soluções precisam ser práticas, simples e de custo mais acessível.


Segundo pesquisa, uma construção que tem elementos adaptados para PCD (pessoas com deficiência) é 1% mais cara que um projeto tradicional. Um custo facilmente absorvível em qualquer projeto.

Este é um nicho que já é explorado por certos países, os quais ampliaram o número possível de usuários, e assim, aumentaram as possibilidades dos profissionais, principalmente na área de Educação física.

Possuir visão do futuro neste presente, é uma questão de acompanhar as tendências de evolução na prática das relações cotidianas, sociais, esportivas e de lazer por exemplo. 

Evoluir na tendência, caracteriza-se basicamente em atender e ser atendido de forma igual, amparada e completa pela tecnologia de bens e serviços, logística e principalmente, civilidade.

Pressupor que estamos evoluindo depende muito mais da conduta a ser praticada, do que dos recursos financeiros disponíveis. Portanto praticar a inclusão não deve ser mérito somente de avançados estudos, mas sim da rotina cotidiana.


Fontes:

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

Casa Adaptada

Portal Viva Decora

Portal da Educação Física

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