Afinal, por que ensinar neurociência para nossos pacientes?

Afinal, por que ensinar neurociência para nossos pacientes?

Por vários motivos embasados cientificamente, por exemplo:

Em tempos não muito distantes, era comum o relato de pacientes, muitas vezes em tom de revolta, sobre terem ouvido de profissionais de saúde a expressão: “acostume-se com a sua dor”.

E quem nunca ouviu a expressão: “sim, tenho dor todos os dias, mas… isso é normal.”

E esta: “a minha dor …"

Então, qual das duas expressões você aceita como resposta padrão?

Talvez nenhum delas, pois nenhuma delas expressa naquele momento, a sua realidade

Expressões como essas, são mais do que meras queixas, são verdadeiras pistas sobre as expectativas, atitudes e crenças de tais pacientes a respeito da dor.

Nossas crenças, são nossas “verdades absolutas” e influenciam diretamente o nosso comportamento.

Em outras palavras: "Crenças são concepções muito antigas, culturalmente compartilhadas. São noções preexistentes sobre a percepção de nós mesmos, dos outros e do nosso ambiente. São consideradas verdades absolutas, exatamente o modo como as coisas são."

 

"Em 1976 introduziram-se os preceitos da Teoria Cognitiva Comportamental na área de controle da dor crônica. Os valores, as atitudes, as crenças, as expectativas, o julgamento do doente sobre a situação e sobre a confiança na sua capacidade de lidar com ela determinam a experiência de dor. Desse modo, o julgamento do doente sobre a eficácia de vários tratamentos influi na efetividade das intervenções para o controle da queixa álgica e fatores cognitivos podem exacerbar a dor e o sofrimento, contribuir para a incapacidade e influenciar na resposta à terapia. Assim, identificar as atitudes, as crenças e os comportamentos pouco adaptativos e reorganizá-los é objetivo das intervenções de natureza cognitiva comportamental."

 

Ou ainda “que crenças disfuncionais são capazes de exacerbar a experiência de dor, acarretar piora na funcionalidade física e psíquica e prejudicar a adesão ao tratamento.”

Quando ensinamos conceitos de neurociência de forma assertiva e de fácil entendimento para o paciente, nossa meta é alterar algumas crenças disfuncionais que possuem a respeito da dor, apagando essas antigas e absolutamente falsas e introduzindo novas e agora sim “verdades absolutas”.

O resultado é que muitas vezes apagaremos crenças como:

“Movimento causa dor”,  que geram comportamentos como: não posso me mover, ou não posso me mover desta forma, pois tenho dor;

para outra tipo “quanto mais me mover, menos dor sentirei” que gera comportamento de devo me mover, reduzindo não só a percepção da do como rmelhorando a função.

Mas para isso é preciso estarmos preparados e munidos das ferramentas corretas, ou estaremos fadados a piorar as queixas e/ou perder o paciente por exemplo.

 

 

 

André Santos

Fisioterapeuta Responsável no Espaço da Coluna

8 a

Muito bom !!!!

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