#Agoraéquesãoelas

#Agoraéquesãoelas

No artigo passado, comentei que gostaria de falar sobre os desafios da mulher moderna. Preparei um texto sobre o tema, no entanto, em apoio à iniciativa #agoraéquesãoelas, na qual homens cedem seu espaço de fala a uma mulher, acredito ser interessante ter um texto na primeira pessoa com a voz feminina. Assim, para escrever esse mês, com sua voz e suas posições, convidei Paula Mageste, Diretora Editorial de Revistas Femininas da Editora Abril.

Um abraço, 

Luiz Seabra

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“#Agoraéquesãoelas”


O mundo seria US$ 28 trilhões mais rico se houvesse igualdade de gêneros no mercado de trabalho, segundo o estudo The Power of Parity, publicado este ano pelo Instituto McKinsey. Trata-se das economias da China e dos Estados Unidos combinadas. Apenas. Empresas com uma proporção maior de mulheres nos conselhos têm um retorno do capital investido 66% maior e menor volatilidade das ações, de acordo com um levantamento feito com quase 5 mil empresas de capital aberto no mundo todo pela Thomson Reuters e publicado no Wall Street Journal, também este ano.

Outro estudo do McKinsey, desta vez com mais de 300 empresas latino-americanas listadas em bolsas de valores, revela que companhias com mulheres no comando têm retorno sobre o patrimônio 44% maior e ebitda 47% superior ao de empresas com corpo executivo eminentemente masculino.

Se o resultado da presença feminina é tão tangivelmente positivo e se, atualmente, nos países desenvolvidos e também no Brasil, as mulheres são mais instruídas que os homens, por que temos tanta dificuldade para chegar ao topo?

Se descontarmos herdeiras, há apenas 4% de mulheres nos boards e somente 18% em cargos de direção (Insituto Brasileiro de Governança Corporativa e FGV). No Brasil, 47% das empresas não possuem mulheres em cargos de liderança – bem pior que a média mundial, de 33%, de acordo com um report do ano passado da Grant Thornton.

E, quanto mais estudamos, maior o gap salarial com os colegas. Se não fizermos urgentemente mais uma revolução, apenas em 2126 alcançaremos a paridade. Nós, não: nossas tataratataratataranetas.

A resposta evidentemente está no lamentável passivo cultural de machismo e preconceito da nossa cultura – somos um país que objetifica, violenta e assedia as mulheres desde a mais tenra infância (#primeiroassedio). Somos uma sociedade bipolar, vivendo com duas réguas, uma para eles e outra para elas: na escolaridadade, na jornada de trabalho, nos salários, no grau de exigência e nas oportunidades.

A ideia de cotas divide opiniões. Seus opositores dizem que contrariam a meritocracia. Não faz sentido. Somos mais preparadas e trazemos resultados melhores. Todos os dados acima mostram que a meritocracia está sendo solenemente ignorada cada vez que uma mulher é preterida, sub-remunerada, superexplorada.

Claro que as mulheres têm aspirações diferentes e nem todas ambicionam uma carreira executiva de alto escalão. A revolução, me parece, é que chegar ou não à presidência seja uma escolha e não uma condenação. Que empreender não seja um plano B, porque a vida corporativa ficou interditada, mas sim o plano A, a realização de uma vocação.

Onde trabalhar, em que formato e em que jornada, deveria ser uma decisão que leva em conta nossas circunstâncias e desejos, não nossos impedimentos. Queremos ir aonde bem entendermos, para o alto ou para lado, para o espaço de co-working, o home office ou o corner office – assim como queremos decidir sobre nossos corpos. #meucorpominhasregras

Paula Mageste, Diretora Editorial de Revistas Femininas da Editora Abril

Os dois textos são perfeito #agoraéquesãoelas

Samanta Vital

Executiva Sênior Amakha Paris

7 a

Inspirador, muitas mulheres já mostraram sua garra, que tem potencial e a casca grossa para aguenta muitas coisas, apesar de terem um coração mais mole, será que é nisso que pecamos? Aprendi tarde, mas sei que ser esposa ou principalmente mãe, não diminui a minha vontade de aprender, minha força para tentar ou diminui os meus propósitos, muito pelo contrário.

Ébom que o ser humano sinta se capaz,as mulheres suportao mais desafios que os homens,Gostei o que escreveste sobre elas e seria melhor que todo homem pensasse assim...

Igor Trisuzzi

Head of Business - Tech & Digital Talent Expert at Yoctoo

9 a

Danilo Leoni Lamonica, acho que vai gostar do artigo!

Greice Sundfeld

Sr Project Analyst - Hub Brasil - Yara Technology & Project

9 a

Artigo reflete uma postura diferenciada que levou a construção de uma empresa como a Natura, fundada em 1969 já inovando e identificando a força existente nas mulheres. Sempre a frente, foi primeira empresa a investir no refil de produtos. Essa forma de estar buscando novo Modelo de negócios , trouxe uma Marca forte e consistente, sempre focando os novos produtos com a preocupação com o eco-sistema , cultura e propagando o nosso Brasil para outros países de tudo que temos de bom .

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