Agora é que são eles
Enquanto o mercado de ações é fragilizado pela invisibilidade do horizonte econômico, os negócios de renda fixa ganham musculatura. Catapultados por incentivos fiscais e pela recente política de empréstimos adotada pelo BNDES, muito mais comedida, títulos como debêntures de infraestrutura e certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) atraem o interesse das companhias. Por meio desses papéis, elas se aproximam do mercado de capitais e de um contingente de milhares de investidores pessoas físicas seduzidos pela generosidade tributária da renda fixa privada. Em matéria na edição Seletas desta semana, a repórter Rejane Aguiar aponta o crescimento surpreendente dos CRAs, cujas emissões já superam as dos seus pares lastreados em recebíveis imobiliários neste ano.
O sucesso da renda fixa também fez crescer os olhos da BM&FBovespa. Nesse caso, sobre a concorrente Cetip, mais fortemente posicionada no segmento. Em fato relevante, ambas contaram travar conversas para a fusão dos seus negócios. Com menos de quatro centenas de companhias listadas no pregão de ações, das quais apenas metade tem alguma expressão, é tentador para a Bolsa mirar o gigantesco potencial dos títulos de renda fixa e de suas negociações no mercado secundário.
Esse último, aliás, vem crescendo aos poucos, mas sistematicamente — e não faltam esforços para tornar as negociações desses títulos mais volumosas. Uma delas é a iniciativa dos autorreguladores de padronizar debêntures, também abordada nesta edição.
Editorial publicado na Edição Seletas #6 de 06/11/2015. Para ler a edição completa, faça download do aplicativo para tablets e smartphones:
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