Agrotech - impactos no mundo

Agrotech - impactos no mundo

No Brasil, o agronegócio é um dos maiores motores da economia. Somos um dos líderes mundiais em produção e exportação de alimentos. Projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento indicam que a produção de grãos deverá atingir 333,1 milhões de toneladas até a safra 2030/31. Em relação ao produzido em 2020/21, o crescimento será de 71,0 milhões de toneladas, representando um aumento de 27,1%. E, ainda falando em números, há diversos estudos que apontam que em 2050 seremos 10 bilhões de pessoas, com apenas 40% das terras disponíveis para cultivo de alimentos. O resultado dessa equação é simples, certo? Será preciso reinventar processos antigos e pouco escaláveis para dar conta de tanta produção. Esse foi um dos meus primeiros aprendizados ao mudar de setor: assim como muitos segmentos, o agro também precisou se reinventar. Esse cenário, que não é familiar para muitos, traz reflexões importantes sobre como funciona o agronegócio e o quanto ele impacta nas nossas vidas diariamente, até mesmo sem nos darmos conta. 

O Agro 4.0, que segue o mesmo conceito da indústria 4.0 (automatização, robotização, inserção de novas tecnologias no processo produtivo), se torna, no contexto acima, mais um importante aliado para atender a demanda crescente por alimentos com o menor impacto ambiental possível, por meio de muita tecnologia. Se já ouvimos falar sobre sustentabilidade em empresas, no Agro isso é ainda mais forte.  

Iniciada em 2010, a Agricultura 4.0 deu luz a significativos avanços tecnológicos que expandiram a escala e a velocidade da produção de alimentos, baseado no aumento da produtividade, eficiência de produtos e processos produtivos e no uso sustentável dos recursos naturais, não só para grandes produtores, mas mais recentemente para pequenos e médios agricultores. Esse também foi um aprendizado importante que tive ao ler e me aprofundar no assunto: é bastante recente a utilização de tecnologias em pequenos produtores, pois estamos em um processo de democratização dessas tecnologias que ainda possuem um alto custo.

E quais tecnologias são essas? Apenas maquinários? Não. Há inúmeras tecnologias que nos são familiares em outros contextos de negócio, como a Inteligência Artificial, Big Data, IOT, computação holográfica, drones, sensores conectados, máquinas autônomas que, em conjunto, aceleram a conquista do máximo rendimento agrícola, sem desviar o olhar para a sustentabilidade. Sim, é o uso de tecnologias emergentes e de outras já consolidadas aplicadas ao campo. Para isso, são necessários investimentos grandes em estudos e pesquisas. Exemplo disso é a biotecnologia, visto que, a partir de pesquisas, ela proporciona um melhor entendimento sobre o desenvolvimento de plantas e a possibilidade de seleção artificial - estratégia que contribui no melhoramento genético, nas mudanças climáticas, no controle de pragas e de doenças.

O Brasil possui potencial para ampliar o uso dessas tecnologias no planejamento da produção, colheita, comercialização e transporte de grãos, frutas, hortaliças, carnes, leite, fibras, entre outros produtos. Isso se olharmos a cadeia como um todo, é claro. Mas, se pegarmos uma etapa como exemplo, seja o monitoramento da lavoura e a agricultura de precisão, veremos o impacto que essas tecnologias trazem de segurança para os produtores sobre o momento certo de agir contra pragas e doenças, cuidar da adubação e irrigação do solo e até mesmo conferir o momento de colheita. O impacto e a relevância que todas essas tecnologias aplicadas ao agro têm, foi um dos meus maiores aprendizados. É um mundo de oportunidade que beneficia os produtores, o meio ambiente e atende as nossas necessidades como seres humanos, ampliando a escala e a qualidade de produção, e diminuindo desperdícios. 

Segundo dados da McKinsey, pelo menos 47% dos produtores usaram uma tecnologia de agricultura de precisão e 33% utilizaram duas delas ou mais na última safra das principais culturas no Brasil, o que demonstra um crescimento bastante relevante para Agrotechs ou Agtechs. Com a redução de custos e maior precisão alavancadas pela transformação tecnológica nos campos, a rentabilidade das fazendas tende a se tornar maior e gerar ganho de produtividade e de renda para indústrias agrícolas, produtores e todos que têm no agro sua fonte de renda. Porém, ainda há desafios, como por exemplo a necessidade de fortalecer uma abordagem diferenciada para cada perfil produtivo; aumentar a conectividade no meio rural; e tornar mais acessível tecnologias e assistência técnica no campo. Desafios de acessibilidade e democratização que são comuns em todos os segmentos, e que há esforços conjuntos para romper essas barreiras. 

Por fim, depois de tantos aprendizados que tive durante essas primeiras semanas, gosto de lembrar o quanto o agronegócio impacta em nossas vidas. O mais direto e visível é a necessidade de produzir quantidade suficiente para alimentar o Brasil e o mundo. Além da alimentação, grande parte das nossas vestimentas usam como matéria prima produtos da agricultura, como o algodão e outros materiais. Deste modo, se investirmos em tecnologia e acesso, estaremos beneficiando uma enorme cadeia produtiva que nos afeta diretamente. Esse é o poder e relevância do agro.

Alex Gomes

Gerente Financeiro | Coordenador Financeiro | Especialista Financeiro | Tesouraria | Finanças

2 a

Adorei o texto. As Agrotrchs estão revolucionando este mercado, trazendo grandes benefícios para o mundo e qualidade de vida das pessoas. Isto é só o começo, novas tecnologias e inovações surgiram de maneira exponencial.

Cristiana Rodrigues da Silva

HRIS Coordinator | HR Transformation | Workday | SAP SuccessFactors

2 a

Excelente texto!! O agro tem muitos desafios pela frente e também um mar de possibilidades e oportunidades de inovação.

O impacto do Agro é muito amplo. Precisamos aprender mais. Obrigada pelo texto.

Muito bom. Aguardo mais informações

Artigo bom demais Paula Negri Teixeira, obrigado por compartilhar.

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