Ah, como é bom o domingo para amenizar o choque da semana
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Ah, como é bom o domingo para amenizar o choque da semana

Domingo é dia de descanso, amenidades e até coisas sem sentido. Por exemplo, amanhã é segunda porque hoje é domingo, e ontem foi sábado. Pegou o que está por trás do óbvio? Nem eu. E pouco importa a lógica, leitor(a), hoje é domingo e merece tudo o que bem entendemos.

O já citado por aqui Antonio Maria disse o seguinte sobre o dia de hoje: “O domingo que, há muito anos, vinha sendo o meu dia sem graça, fez-me redescobrir o seu bom ar e convenceu-me de sua alegria, como na meninice. Vou a pé por uma rua de Ipanema, vou andando sozinho, sentindo a tarde fresca e me interessando pelas pessoas que encontro. O prazer físico de andar e estar só. O conforto de estar vestindo uma camisa muito maior que eu, só a camisa, sobre uma calça grande também e desvincada. A maravilha de não precisar falar”.  

Ah, como é bom o domingo para amenizar o choque da semana.

Em outro texto publicado nesta newsletter recalcada, que discorro sobre o trabalho, quem por ele passou os olhos deve ter ficado com a impressão de que o descanso é inútil. Já adianto que está enganado quem pensa dessa maneira. Na verdade, o trabalho não deveria nos cansar (não dá forma que vem nos deixando exaustos e estressados), mas o descanso alheio, despretensioso, sem um mínimo de consciência, esse sim, senhoras e senhores, é danoso para o corpo e a mente. Como é possível descansar com excesso de álcool, açúcar, ultraprocessados e posturas desajeitadas no sofá com uma infinidade de filmes/séries que invadem e perturbam a psique? 

Se aprofundarmos nas questões do relaxamento, chegaremos a conclusão que ele faz parte de um processo consciente para você continuar motivado nas suas atividades. Winston Churchill, por exemplo, no auge da 2ª Guerra Mundial, trabalhava 16 horas por dia. Porém, dentro desse período de labuta, fazia pausas estratégicas de sono e relaxamento para aguentar o tranco e a pressão. Anote aí: o relaxamento é o remédio natural para uma sociedade que não consegue ficar parada. 

Já que descambamos o assunto para o relaxamento, vamos continuar mais um pouco. Afinal, hoje é domingo, dia de amenidades e descanso, e que a saúde mental deve ser praticada, não abordada exaustivamente como se fosse uma nova doença.

Deixo com o especialista do relaxamento, o professor Hermógenes, duas frases que concedem autoridade à temática. São elas:

“A dose diária de alguns minutos de inatividade por relaxamento, pouco a pouco, reduzirá não só os efeitos, mas suas próprias causas. De maneira semelhante, o relaxamento atua sobre a glândula hipófise, a maestrina de todo sistema endócrino, e assim consegue fazer as demais glândulas retomarem o ritmo de saúde.”

E ele ainda também disse: “Não é apenas sobre os centros de comando neuro-hormonal que o relaxamento atua, corrigindo-os. Age também – com que abençoado alívio – sobre músculos, glândulas, vísceras e órgãos.”

Na contramão do relaxamento, isto é, com o desaparecimento do relaxamento, o ser humano não vem criando nada de novo. Se olharmos bem para os conteúdos digitais, que é um reflexo psicanalítico do momento atual, constataremos que as pessoas só reproduzem e aceleram a inquietação existente.

Perceba, a seguir, que esse tema não é de hoje e acompanha o desenrolar da humanidade. Não é só uma questão de muita informação, internet e mundo globalizado. Veja só o que disse o filósofo alemão Friedrich Nietzsche em algum lugar do século XIX: “Por falta de repouso, nossa civilização caminha para uma nova barbárie. Em nenhuma outra época o ativo, isto é, os inquietos, valeram tanto. Assim, pertence às correções necessárias a serem tomadas quanto ao caráter da humanidade fortalecer em grande medida o elemento contemplativo”. 

E já que hoje é domingo, me poupe da inquietação das dicas de relaxamentos, dos tópicos que farão milagres e daquela frase de efeito sobre a saúde mental no mundo corporativo. Se você estiver cansado, lembre-se que você pode descansar ou ir dormir nesse exato momento. Sem culpa. Sem estresse. Com coragem, e livre.

Ah, como é bom ter consciência sobre o relaxamento para amenizar o choque da semana.



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