Ah se a gente soubesse tudo o que a gente sabe!

Ah se a gente soubesse tudo o que a gente sabe!

As informações e o conhecimento sobre qualquer assunto, mesmo que seja menos relevante, estão espalhados ao nosso redor. Está tudo disponível nos meios de comunicação e em muitos outros tipos de registro; é só pesquisar. É possível que algumas informações sejam tendenciosas ou viciadas, mas elas estão lá; é só analisar e filtrar. O uso inteligente dos conceitos do “pensamento crítico” pode ajudar a depurar as eventuais imperfeições.

Também está disponível e ao nosso alcance um enorme estoque de informações e, principalmente, de experiências e conhecimento acumulado pelas pessoas com as quais convivemos na família, no trabalho ou na sociedade em geral; é só perguntar (e, depois, saber ouvir).

Perguntar e, principalmente, saber perguntar são formas eficazes de se enriquecerem o conhecimento e a qualidade das relações, mas, habitualmente, a gente prefere se destacar de outras formas demonstrando sabedoria e conhecimento de todos os assuntos.

A gente acaba fechando as conversas com respostas, julgamentos e posicionamentos em lugar de mantê-los abertos, através de perguntas interessadas e bem colocadas, na busca de alternativas. A gente perde oportunidades de aproveitar o conhecimento coletivo, repleto de novas ideias e contribuições, e permanece navegando na mesmice.

Essa ansiedade de responder, de julgar e de se posicionar, não raro também inibe a nossa capacidade de ouvir. Ouvimos parcialmente e mal, pois a maior porção da nossa energia fica concentrada na preparação da próxima resposta, do próximo contraponto, do próximo posicionamento.

Sem perguntar e não ouvindo ou ouvindo parcialmente, as coisas são feitas com o que a gente já conhece. A gente decide com o que já sabe e não aproveita outros conceitos, complementares ou novos, já disponíveis e tão próximos de nós.

Quando a gente responde, fala sobre o que sabe; quando a gente pergunta, reúne o que todo um grupo sabe. As respostas são lacônicas e não contribuem com nada além do tema em si. Não raro, são também fomentadoras da contestação. As perguntas, ao contrário, mantêm o assunto em discussão com claros benefícios ao conteúdo da conversa, à qualidade das relações e ao acerto das conclusões.

No entanto, quando e se a gente conseguir priorizar as perguntas é tão importante quanto isso que a gente faça as perguntas certas e na forma correta.

É importante lembrar que uma pergunta implica uma interrogação. Portanto, não valem as perguntas afirmativas e muito menos as perguntas exclamativas: “Você não vai levantar aquele assunto de novo, vai?” ou “Você vai mesmo levantar aquele assunto de novo!!??” Parecem mais advertências do que perguntas e não ajudam.

As perguntas devem ser abertas de forma a conduzirem a respostas livres e elaboradas, devem ser claras manifestações de interesse e devem, realmente, buscas resolver uma dúvida, uma necessidade ou até uma curiosidade. Assim, a gente vai conseguir saber muito mais.


Maria Conceição de Almeida Santos

Headhunter | Recrutador | Executive Search | Coach | Mentora | Consultora| P&D

3 a

Um bom líder Coach utiliza perguntas poderosas e escuta ativa como suas maiores ferramentas!!! Mas, mesmo sabendo disso corremos para responder e tentar solucionar o problema com base em nossas experiências e esquecemos de utilizá-las. O tempo e a maturidade nos ajudam bastante. Excelente texto querido Adib Fadel

Guilherme Beretta

Advogado Trabalhista e Previdenciarista

3 a

Seu Adib um grande líder!!!

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos