Ajude a rede a te ajudar

Eu sou meio velhinho e boa parte das histórias de trabalho vêm de antes da internet. Outra parte vem de antes das redes sociais e algumas de antes das redes sociais específicas para profissionais e carreiras, como o LinkedIn.

Algo que me incomoda é ver o mal uso dessas redes sociais. Não que isso me aborreça a ponto de sair. É um incomodo daqueles otimistas em que eu acho que não vai durar, que as pessoas vão se tocar, que algumas vão deixar de usar e que outras simplesmente vão perceber que não gera nada em troca. E o objetivo da rede, no final das contas, é a troca.

As redes mais famosas acabaram se moldando em uma espécie de "propósito". Por exemplo, têm as redes de textão, as redes pra você xingar muito, as redes de fotos bacanas e assim elas vão se moldando conforme seus conteúdos e as pessoas que a utilizam.

Então, quando a gente vê as postagens e os artigos saírem um pouco do lado profissional por aqui, dá uma sensação de algo errado, parecido com aquela sensação de colocar uma ficha na máquina do fliperama (eu disse que era velhinho) e ela começar a tocar música como se fosse uma Jukebox. Podemos chamar essa máquina de Jokebox.

Por isso que eu resolvi escrever esse artigo. Se você está nesse rede, tente entender melhor qual é o conteúdo que você pode gerar para que a rede possa ir ao seu encontro ao invés de se comportar como se estivesse em outra rede e ela acabar indo de encontro a você. Esse conselho não me isenta desse policiamento porque eu não sou um Cidadão Kane.

Quem me conhece sabe que é muito forte meu lado "sincericida" e que muita coisa que as pessoas postam aqui sobre carreira, conquistas, oportunidades, parece ser exagerado, parece ressaltar demais na propaganda, mas isso faz parte da rede. Entender como a rede funciona facilita essa mecânica da troca e evita um "se ferrar-se a si mesmo sem ajuda de ninguém e com recursos próprios".

Um outro exemplo absurdo, e para isso que servem os absurdos, é como se você entrasse numa rede tipo OLX e no anúncio de uma TV antiga começasse a divagar sobre suas paixões por desenhos da década de 80 ou sobre os motivos pelos quais os fabricantes pararam de fazer esses tubos tão simpáticos ou até divagar pelas teorias da obsolescência programada. A pessoa que colocou o anúncio quer apenas vender a TV e essas opiniões não ajudam ao vendedor.

Juntei algumas dicas para ajudar nisso. Depois que eu li as dicas, ficou parecendo o "Caminho Suave da Timeline", mas tente não se ofender porque a intenção não é dizer o que você pode ou não fazer. São apenas dicas do tipo free, sem impostos, sem açúcar, sem gorduras trans e sem lactose.

  • Escreva o texto que você quer compartilhar. Ao final, antes de publicar faça uma leitura como se estivesse fora do seu corpo (sinistro), como se você fosse outra pessoa, alguém que estivesse interessado em te contratar ou fazer negócio com você. Se o texto facilitar essa troca, publique. Caso contrário, recorte o texto e poste em outra rede ou apenas exclua. Acredite, o exercício de escrever e excluir consegue satisfazer o ego sem prejudicar o resto.
  • Quando você achar algo legal, curta a publicação. Se achar relevante, faça um comentário e para o comentário siga a mesma ideia anterior. Se o comentário não for construtivo ou se ele for tão fútil quanto um "kkk", apenas ria de você mesmo e exclua.
  • Escreva conteúdo próprio e que possa ter relação com o propósito da rede. Isso te ajuda em outras áreas da profissão.
  • Tente ser impessoal. Ao compartilhar algo que esteja muito ligado a sentimentos, ideologias ou crenças é provável que gere empatia com as pessoas, mas lembre-se que você quer uma troca profissional e não pessoal. As vezes, dependendo da situação, isso pode te excluir de alguma oportunidade.

É isso. Boas trocas e sucesso com as oportunidades.

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