Almanaque vídeo da música portuguesa a gostar dela própria.
O que está a dar é inflamar, falar depressa e alto, gesticular, criar ódios e desviar atenções, apontar a possíveis inimigos e nunca dar soluções ou dialogar, ou entender. O dinheiro manda, a desinformação dita e as alternativas são cada vez menos e com menos força, a uniformização toma conta de tudo e a educação, a cultura e a arte, são ainda a resistência possível, mas a perder muito as suas forças na superação de conflitos e de preconceitos. O que importa é resistir, estando sempre a produzir formas diferentes, de estar, de olhar, de viver. O Almanaque vídeo semanal, pareceu-nos uma boa forma de poder mostrar o nosso trabalho, de uma forma mais abrangente que toque em várias frentes; vemos as velhinhas, bibliotecas da tradição oral, que fecham todos os dias, as descobertas, novas pessoas que cantam e tocam, e que lutam para se afirmar, os poetas populares e as paisagens sonoras e ainda os artesãos, representando um lado do país cada vez mais ignorado, a música cigana, lutando contra o preconceito e a ciganofobia e por fim, as misturas, o manifesto do brincar, mantendo as coisas vivas, fugindo à sua cristalização e à noção de arquivo morto.
É a nossa resistência, a nossa alternativa.