A alta dos juros ajuda a domar a inflação?
O Federal Reserve, dos EUA, diz que será necessário aumentar a taxa de juros para conter a inflação. Mas por que isso acontece? É uma medida considerada agressiva no mercado financeiro, uma vez que o aumento dos juros desestimula o consumo, ou seja, ocorre a redução da demanda por produtos e serviços. Sendo assim, com menos demanda, os preços deixam de aumentar e a inflação é contida. Estamos vivendo esse evento neste exato momento no Brasil, mas também não deixa de ser uma realidade no país norte-americano.
Nos EUA, a taxa de juros pode chegar até 2% em 2022. De acordo com o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, a alta da inflação é uma estratégia para trazer a economia para um equilíbrio consistente até o ano que vem. Vale a pena lembrar que o Banco Central norte-americano aumentou a taxa de juros pela primeira vez em três anos, e estão havendo muitos debates sobre o quanto isso irá comprometer o crescimento econômico do país mais poderoso do ocidente.
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Apesar das diversas controvérsias sobre a necessidade de aumento ou não da inflação, a economia dos EUA se mostrou bastante resiliente. Em um cenário de pandemia, crises geopolíticas e guerra entre Rússia e Ucrânia, o país norte-americano consegue domar a alta dos preços com maior controle do que o Brasil, por exemplo. Embora seja complicado evitar consequências da guerra, pelo menos os impactos da pandemia estão sendo amortecidos pelo aumento das taxas de juros.
Mas e no Brasil? O que significa para a inflação aumentar a taxa de juros? Todos sabemos que a inflação brasileira não para de subir. O acumulado dos últimos 12 meses já ultrapassou a marca dos 12%. A taxa de juros, desta forma, também segue subindo. Até o final do ano a taxa Selic deve girar em torno de 13% e 14%. Infelizmente, o nosso caso não é tão "simples" quanto o dos EUA. Diversos economistas apontam que o problema da inflação não depende apenas dos juros e a alta dos preços engloba vários fatores como política de preços equivocadas e choques de oferta.