Amil & DASA – A Pororoca da saúde.
Expectativa versus realidade.
Recentemente, a notícia de que a operadora Amil e a rede de saúde integrada DASA – Diagnósticos da América estão em negociações para uma possível fusão movimentou o mercado, gerando diversas especulações sobre o formato e os termos desse acordo. Independentemente do modelo adotado, essa união promete ser muito promissora, já que ambas as empresas têm um histórico de excelência em suas áreas de atuação.
É importante destacar que os hospitais da Amil compartilham o mesmo DNA de concepção dos hospitais da DASA. Muitos desses hospitais foram adquiridos pelo saudoso Edson de Godoy Bueno e sua equipe, sendo divididos em hospitais verticalizados e de mercado. Os hospitais de mercado, não pertencentes à Amil Par, passaram a se chamar Ímpar, integrando-se posteriormente à DASA e formando a rede que conhecemos hoje.
Os hospitais da Amil têm um enfoque em hospitais verticalizados, que precisam oferecer a qualidade prometida pelos planos de saúde da operadora (medicina de grupo), tanto no aspecto assistencial quanto nos quesitos de hotelaria e atendimento. Já os hospitais da DASA buscam, ano após ano, otimizar a qualidade assistencial, tecnológica e hoteleira, características inerentes à sua cultura em cada aquisição do grupo.
A possível fusão representará um choque de realidade, cultura, processos e gestão. Apesar de ambas as empresas terem sido concebidas sob a liderança de Edson de Godoy Bueno, elas desempenharam papéis distintos no mercado e com muito sucesso. A grande questão que se coloca é: como ficará a percepção do cliente sobre o futuro do que ele vive e já experimentou até hoje?
Atualmente, os reajustes dos planos de saúde superam a inflação oficial do país. Algumas operadoras têm registrado prejuízos ou lucros irrisórios, mesmo com iniciativas voltadas para atenção primária, protocolos assistenciais, revisões contratuais, combate às fraudes e tentativas de mudar o modelo de remuneração. Nesse caso, a junção de uma rede verticalizada com uma rede de mercado faz sentido para ambas lucrarem?
Tanto grandes empresas quanto MEIs, que buscam planos por adesão, têm sido impactadas pelos aumentos anuais, muitas vezes migrando para planos mais baratos, mas com redes de prestadores menos atrativas. Na saúde, o que importa é a média de permanência, complicações eventuais e reinternações, fatores que influenciam os custos a longo prazo, nosso famoso VCMH – variação do custo médico hospitalar.
O maior desafio dessa fusão será aumentar exponencialmente a qualidade percebida pelos clientes, que esperam ver nos hospitais o valor agregado do que estão arduamente pagando em meio ao momento que o país atravessa. Como diria o filósofo Mario Sergio Cortella, "caro é aquilo que não vale o que está sendo pago". Esse será o pilar para a Amil retomar seu destaque no mercado, voltar a ser aquele expoente de outrora, relembrando sua reputação passada e para os hospitais a equiparação às demais redes que continuam a crescer.
Aguardemos cenas dos próximos capítulos!
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por Rodrigo Rodrigues
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DIRETOR EXECUTIVO E EMPREENDEDOR
6 mExcelente reflexão e análise….