Among Us, Um Jogo Para A Vida
Among Us, jogo eletrônico que explodiu em 2020, tem uma dinâmica muito simples. O máximo de 10 pessoas são colocadas em um mesmo ambiente e há um impostor, cuja função é sabotar a nave e eliminar os outros jogadores. As ferramentas que os outros têm para descobrir quem é o impostor são um botão de emergência, acionado caso alguém note algo estranho e uma votação, para decidir quem ejetar da nave, ambas as ações com os jogadores possibilitados de conversarem uns com os outros via chat.
Essa febre mundial me contagiou há quase três dias, e tenho algumas reflexões sobre esse fenômeno. Algo notório que pude perceber ao longo de várias partidas é que as pessoas, com a comunicação apenas por chat, têm uma tendência muito alta em acreditar em qualquer mínimo feito, sem ter a certeza se é de fato, verídico. Também é frequente, por conta da desconfiança, falta de provas e maior interação, o efeito manada. Muitos são levados a agir por conta do que um ou dois disseram, pois usam palavras-chave como, “tenho certeza”, “confia” e “eu vi”.
Podemos notar este padrão em certos reality shows também, o mais popular sendo o “The Circle”. Por ser mais próximo a nossa realidade, utilizo como base o brasileiro. Neste temos a seguinte execução: participantes ficam confinados em um prédio,em diferentes apartamentos, com apenas um chat disponível para conversarem, com perfis que podem ser tanto fakes como verdadeiros. A coincidência é clara e as consequências muito similares.
Baseado nisso pude extrair algumas lições. A primeira delas é, as pessoas fazem suposições muito rápido e muitas das vezes sem ter a oportunidade de te conhecer pessoalmente. Isso pode ser aplicado no dia a dia quando enviamos um currículo, montamos um perfil no LinkedIn, etc. E a segunda é que, às vezes, a opinião de alguém a seu respeito é pautada através do que terceiros dizem. No cotidiano, essa característica é sentida quando empresas não fecham negócio por conta da má avaliação feita por um ou vários clientes.