Análise do Mercado Acionário - Carta Mensal 11/22

Análise do Mercado Acionário - Carta Mensal 11/22

Há um consenso de que a maior parte dos ativos da Bolsa brasileira seguem ainda mais baratos, com preços descontados e bastante atrativos. Porém, a forte volatilidade e alto nível de risco não têm atraído investidores e gestores a manterem grandes exposições, principalmente de forma direcional.

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O Brasil tem sofrido com o aumento de incertezas desde meados de 2021, provocadas por questões advindas tanto do cenário externo quanto interno, como a aceleração da inflação e a pressão sobre os Bancos Centrais para se adotar medidas mais contracionistas, a consequente alta do risco de uma recessão global, o aumento dos problemas fiscais brasileiros, crises políticas, indefinições sobre as eleições, entre outros. Além de causar efeitos prejudiciais à economia e ao fiscal dos países, esse aperto monetário mais intenso trouxe uma enorme volatilidade para as ações e demais ativos de risco.

Este panorama desencadeou um aumento da aversão ao risco por parte dos investidores, causando uma onda de oscilações nos mercados ao longo dos últimos meses, afugentando investimento estrangeiro principalmente em países emergentes.

A bolsa já refletiu bastante o impacto do aumento de juros nas empresas, principalmente aquelas mais sensíveis e ligadas ao consumo doméstico. O gráfico abaixo do fluxo estrangeiro para o mercado acionário brasileiro mostra que o investidor internacional está em “espera”, tentando entender o que está acontecendo no país. à medida que as incertezas diminuírem, pode haver a retomada desse fluxo positivo.

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Emergentes x Desenvolvidos

Conforme apresentado em outras cartas mensais, os gráficos a seguir mostram a manutenção do descolamento entre as bolsas de valores de países desenvolvidos e emergentes, bem como entre os pares do Ibovespa. Com investidores fugindo de incertezas, ações de empresas brasileiras foram punidas pelo risco sistêmico.

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Emergentes x Brasil

 

Porém, a conjuntura macroeconômica se encontra favorável ao mercado de renda variável, uma vez que o pessimismo e as projeções negativas de analistas derrubaram excessivamente os preços de ações de excelentes companhias. Levando-se em consideração o longo prazo e a avaliação dos principais indicadores apresentados nesta e em anteriores cartas, o momento é de aproveitar oportunidades em ativos com bons fundamentos.

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Avaliação Setorial

Ressaltamos também o descasamento entre setores da bolsa, como pode ser visto no gráfico ao lado. Enquanto as commodities se beneficiaram em razão do cenário macro e continuam em patamares altos, outros segmentos como imobiliário e de consumo, por exemplo, mantêm-se em níveis piores de depreciação, apesar da recuperação da bolsa como um todo nos últimos meses.

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Múltiplo P/L


O P/L do Ibovespa fechou o último mês em 6,1, patamar bem inferior a alguns pares e à sua própria média histórica de 15 anos (de aproximadamente 11). Embora haja o efeito das distorções de empresas de commodities, como a Vale, Petrobras e outras, esse múltiplo corrobora com a visão de momento oportuno de compra de ações descontadas em relação a seus fundamentos através do stock picking, com potencial de upside expressivo.

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Conclusão

A bolsa brasileira foi muito afetada por uma sucessão de eventos políticos e econômicos adversos tanto no Brasil quanto no cenário internacional. A aversão ao risco por parte dos investidores causou forte impacto no fluxo ao mercado acionário. Enquanto brasileiros migravam seus investimentos para ativos de renda fixa, estrangeiros evitavam exposição ao risco-Brasil, o que levou a um prejuízo principalmente dos papéis mais sensíveis ao desempenho econômico doméstico e aos juros.

 

Avaliando-se a longo prazo, a conjuntura macroeconômica se encontra favorável a uma maior exposição ao mercado de renda variável, dado que os níveis de preços de determinados ativos ainda configuram um desconto para além de seus fundamentos.

 

Um ponto importante é que, em nossa visão, o próximo governo não conseguirá revogar os importantes projetos econômicos aprovados nos últimos anos (autonomia do BC, reforma trabalhista, marco do saneamento, MP da liberdade econômica, lei da cabotagem, etc), impossibilitando qualquer reversão desses avanços, o que será positivo para o Brasil, pois são pautas que destravam investimentos ao país a médio e longo prazo.

 

Além disso, o mercado deve melhorar o humor após a última fala de Jerome Powell, quando afirmou que o ritmo de alta dos juros americanos deverá desacelerar em breve.

 

Importante frisar que embora as ações brasileiras estejam sendo punidas em virtude da deterioração do cenário e elevação do risco sistêmico, os resultados corporativos no 3º trimestre vieram em sua maioria positivos e acima das expectativas, reforçando o ponto de sustentação de posição confortável para enfrentar turbulências. Esses resultados positivos e balanços fortes devem garantir perspectivas futuras melhores do que está sendo precificado e valorizações dos ativos, dada as excelentes relações risco-retorno.

 

Pensando no curto prazo, a GCB Capital espera que a economia brasileira continue a tendência positiva, enquanto a médio e longo prazo há um nível de incerteza maior com o novo governo e o cenário externo.

 

À medida que a incerteza venha a diminuir no Brasil, os juros revertam seu ciclo de alta e a racionalidade dos fundamentos volte aos trilhos, devemos ter impactos positivos para os ativos de risco, e consequentemente para os fundos de investimento da GCB Capital.

 

Para finalizar, ressaltamos que embora o futuro seja incerto, a visão da GCB Capital está alinhada com um movimento de recuperação da economia brasileira e seu crescimento a longo prazo, beneficiando-se com a normalização da inflação e da queda dos juros.

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