Ansiedade, que bicho é esse?
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, sintomas de ansiedade patológica estão presentes em um grande número de pessoas nos dias atuais, principalmente nos grandes centros urbanos. Mais de 25% da população brasileira sofre com algum transtorno de ansiedade.
Mas a ansiedade é algo natural ou preocupante? Primeiramente, ela faz parte da condição humana e é normal que a sintamos. É ela que nos alerta dos perigos da vida, que coloca nosso corpo na reação de luta ou fuga para que possamos nos proteger e, dessa maneira, resguardar a nossa sobrevivência e até mesmo a continuidade da espécie. Ela é uma das heranças mais antigas que herdamos dos nossos ancestrais. Sendo assim, nem sempre a ansiedade é uma doença. O problema surge quando essa ansiedade, que trabalha a nosso favor, ultrapassa um determinado limite, então deixa de ser algo positivo e passa a infligir grande sofrimento aos seus portadores, o que desencadeia os transtornos de ansiedade. Nesse caso, a ansiedade torna-se uma doença.
Quando a ansiedade é algo “normal”? Quando ela é proporcional ao foco que a gerou. Se enfrentamos alguma situação de risco físico, é claro que nosso coração irá disparar, respiraremos superficialmente e nossos músculos ficarão tensos. Então nosso corpo nos possibilita estar em uma posição de defesa, o que é natural e saudável. Também é comum que sintamos ansiedade diante de situações novas, como em um primeiro dia de aula, uma entrevista de emprego, uma apresentação pública. Sempre a sentiremos diante de momentos não convencionais ou com os quais não estamos acostumados.
Quando a ansiedade passa a ser uma doença? Quando ela é desproporcional ao foco gerador e persiste de forma injustificável, afetando a forma como o indivíduo se sente em relação a situações cotidianas, prejudicando-o em diversos aspectos de sua vida. Nossa vida moderna predispõe o surgimento de transtornos, é o ambiente ideal para isso. Pode haver uma predisposição genética, mas o ambiente colabora muito para seu desenvolvimento. Nos dias atuais, vivemos sob muitas cobranças, estresse, disputas. Se por um lado hoje não precisamos mais lidar com a ansiedade advinda da reação de luta e fuga que nossos antepassados enfrentavam ao fugir de animais selvagens, atualmente lidamos com feras da vida moderna, como a violência urbana, a concorrência profissional, o excesso de responsabilidades. Ou seja, vivemos em um ambiente repleto de gatilhos que desencadeiam a ansiedade.
Psicóloga Eloiza Rodrigues
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