Ansioso/a: ser o estar?
Olá a todos,
Ansiedade é um sintoma sentido, na atualidade, por várias pessoas. Geralmente, as pessoas costumam dizer que são ansiosas. Será que são ou estão ansiosas? Ser é diferente do estar.
Eu entendo e penso a ansiedade como uma sensação sintomática despertada por alguma determinada situação ou frente a algumas pessoas específicas. Ela pode decorrer de uma situação real de perigo, como um assalto, por exemplo. Porém, pode ser despertada em uma situação cujo perigo real não existe, em que não há ninguém ou nada visivelmente ameaçador. Daí surge a pergunta: então da onde despertou esse estado ansioso?
Possivelmente, algo aconteceu em algum momento no passado - talvez na infância - que ameaçou a pessoa internamente em que ela ficou ansiosa. A situação, entretanto, foi tão insuportável que foi esquecida, mas não apagada. Com isso, cada vez que a pessoa se deparar com algo ou alguém que, inconscientemente, remeta àquela primeira situação, automaticamente a pessoa poderá sentir ansiedade.
Por exemplo, um bebê que está separando-se psiquicamente da mãe - na fase em que a mãe já pode se voltar a si mesma e a seus interesses . Até então ele e a mãe eram um em seu imaginário e no momento não (claro que esse processo de separação deve ser gradual). Há bebês que mesmo gradativamente, e mesmo tudo sendo feito de modo suficientemente bom, com cuidado e carinho, podem sentir aquilo como ameaçador e ficarem ansiosos. Assim, cada vez, no futuro que aquela criança ou adulto se depararem em situações de separação, possivelmente ficarão ansiosas.
Esse foi um exemplo entre vários outros que podem nos mostrar que a ansiedade é um estado despertado em determinadas situações. Em outras, não. Com isso, eu entendo que há diversas situações na vida, a partir do próprio nascimento, inclusive, que despertam a ansiedade e que precisam ser investigados para que o sintoma possa ser entendido na aposta de que, assim, o estado psíquico possa ser transformado.
Abraço e até mais.