Antes, a tecnologia mudava a regra do jogo; agora, é difícil saber qual jogo estamos jogando.

Antes, a tecnologia mudava a regra do jogo; agora, é difícil saber qual jogo estamos jogando.

Inspirado na aula de Eduardo Gomes, MBA, CCA IBGC sobre Governança e Regulação - Programa de Formação IA na Saúde, Board Academy Br .

A frase sintetiza o ambiente de disrupção em que vivemos, no qual a tecnologia não apenas altera as regras, mas também desafia os fundamentos do próprio jogo. No passado, inovações tecnológicas transformavam mercados dentro de um contexto previsível: novos processos e modelos surgiam, mas os pilares centrais da governança — precisão, tempestividade e maturidade de processos — permaneciam estáveis. Hoje, essas bases são moldadas e, muitas vezes, desafiadas pelas constantes inovações.

O que é Governança - Eduardo Gomes - Programa de Formação de Conselheiro Empresarial da Saúde - Board Academy - 2024

A tecnologia, que outrora era uma ferramenta para refinar esses pilares, agora se tornou um motor de complexidade e mudança. No entanto, isso também cria oportunidades únicas para empresas que estão dispostas a adaptar seus modelos de governança e explorar o potencial de inovação para fortalecer esses fundamentos.

Tecnologia e precisão: o desafio da incerteza

Precisão sempre foi um dos pilares centrais da governança organizacional, representando a capacidade de gerar dados e análises confiáveis para a tomada de decisão. Entretanto, em um cenário onde a inteligência artificial (IA), big data e machine learning dominam, a precisão não depende mais apenas da qualidade dos processos internos, mas também da integração e da interpretação de dados oriundos de fontes diversas e dinâmicas.

Por exemplo, algoritmos avançados de IA podem melhorar a precisão na previsão de tendências de mercado ou no comportamento do consumidor. No entanto, isso depende da capacidade das empresas de gerenciar viéses nos dados, integrar fontes confiáveis e garantir transparência nos processos. Assim, a precisão agora exige uma governança de dados robusta, que seja adaptável às mudanças constantes do ambiente tecnológico.

Tempestividade: decisões em um mundo acelerado

A tempestividade, ou a capacidade de tomar decisões rápidas e no momento certo, está diretamente ligada ao uso eficiente da tecnologia. Ferramentas digitais, como dashboards em tempo real e sistemas de automação, têm potencial para fornecer insights quase instantâneos, permitindo que empresas reajam rapidamente às mudanças.

Contudo, a velocidade pode ser uma armadilha se não for acompanhada de clareza estratégica. Um exemplo disso é o uso de tecnologias emergentes como blockchain, que pode otimizar transações e processos, mas também requer uma avaliação criteriosa antes de ser implementado. A chave para uma tempestividade eficaz é equilibrar a agilidade proporcionada pela tecnologia com uma análise estratégica sólida, que evite decisões precipitadas e desalinhadas com os objetivos organizacionais.

Maturidade de processos: inovação sem comprometer a estrutura

A maturidade de processos representa a consistência, a padronização e a eficiência das operações empresariais. Historicamente, ela se desenvolvia de maneira incremental, com processos sendo refinados ao longo do tempo. No entanto, a chegada de tecnologias disruptivas exige que as organizações redefinam seus processos rapidamente, muitas vezes sacrificando temporariamente a maturidade em favor da inovação.

Essa tensão entre inovação e maturidade pode ser mitigada por uma abordagem híbrida, que combine experimentação controlada com governança sólida. Por exemplo, metodologias ágeis permitem que novas ideias sejam testadas rapidamente, enquanto frameworks diversos asseguram que os processos permaneçam consistentes e alinhados com a estratégia de longo prazo.

A transformação tecnológica não é mais apenas uma questão de eficiência; é um fator que redefine os pilares da governança organizacional. Precisão, tempestividade e maturidade de processos não são mais estáticos — eles agora são influenciados pela inovação, exigindo que as empresas sejam resilientes e flexíveis.

Organizações que conseguem alinhar a tecnologia com uma governança robusta têm a oportunidade não apenas de sobreviver em tempos de disrupção, mas de liderar a criação de novos padrões no mercado. A tecnologia pode parecer mudar o jogo a cada instante, mas empresas com governança adaptável estão preparadas para jogar em qualquer tabuleiro, seja qual for a configuração.

Finalizo com reflexões do mestre Udo Kurt Gierlich :

Não lute com a incerteza, abrace-a!

Não seja perfeccionista - melhor feito do que "nunca" perfeito.

Se for pra errar, erre rápido - "fail fast"



Eduardo Gomes, MBA, CCA IBGC

Conselheiro Certificado IBGC | FDC | Board Academy

3 sem

Excelente síntese, meu caro Guilherme Kotinda Nascimento, muito grato pela contribuição e menção!

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