Ao Sul de Lugar Nenhum
Título roubado de Bukowski… Gozado, fazem anos que não o leio, mas tenho falado e pensado muito nele nestes últimos meses. Não sei ao certo qual o motivo, por mais que a obra dele tenha muito daquele negócio da bebida, da mulher etc, o que mais me pega é o negócio da “chama”, presente no seguinte texto:
“Eu estava deitado na cama a noite e disse: “Eu vou desistir, pro inferno com isso!”. E outra voz em mim dizia: “Não desista! Salve uma pequena brasa, uma faísca. E nunca dê essa faísca, pois enquanto você a tiver, sempre poderá começar uma chama maior.”
Não lembro qual livro ao certo que está este trecho, mas, sempre carreguei tais palavras e elas sempre ecoaram dentro de mim nos períodos mais difíceis. Lendo em algum lugar, por volta de 2019, 75% dos adultos americanos declaravam que nunca haviam experimentado sintomas de depressão, porém, uma nova pesquisa feita com o mesmo grupo, mostrava que menos de 50% das mesmas pessoas agora declaravam que nunca haviam experimentado os sintomas da doença. Não quero me aprofundar sobre a doença em si, pois, não sou especialista de nada, assim como, meus textos só têm compromisso comigo mesmo (eles quasem servem como um diário), mas, eu quando olho para minha própria vida, minhas tristezas “depressivas” e meus comportamentos auto-destrutivos, vejo que me faltava um instinto de auto-preservação maior. Claro, tal instinto sempre existiu, pois, se eu não tivesse-o provavelmente eu já estaria morto!
Ser útil e o amor próprio
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“Nossa, como você está jogando 20 horas sem parar? Você está se abandonando! Vai tomar um banho!”
Lembro dessa frase onde um conhecido meu disse que a ex-namorada dele estava em tal estágio de depressão que ela não parava de jogar World of Warcraft. Ela ficava lá, o dia inteiro, fumando, bebendo e jogando. Sem parar. A vida dela se resumia à uma existência apertada em um apartamento de 24 m². A ex-namorada dele era uma pessoa brilhante, com um QI super elevado, o que ela quisesse ela aprenderia! Porém, tais virtuosidades escondiam coisas tenebrosas, tanto para ela, quanto para ele, assim como, quanto para ambos quanto casal. A relação não durou muito mais, acredito que seis meses depois ela já estava separada e vivendo com outro e esse meu amigo decidiu ir para outro caminho, nunca mais vi ambos. Eu vivi de perto uma situação parecida com essa, e digo que, para mim — e tão somente para mim — sempre me faltará muito amor próprio e o desejo de me sentir útil para o próximo.
Sentir-se útil e o amor próprio são coisas que devem andar juntas; sem a combinação de ambas, elas te levam para um desastre. O amor próprio sem a questão do sentir-se útil pode virar um egoísmo sem fim, assim como, somente o sentir-se útil pode virar um desleixo total para sua pessoa. Já transitei muito nesses polos e eles me geraram sempre malifícios.
Este é um texto curto, apenas instante do meu pensamento, sendo assim, lembre-se de algumas coisas:
Curta bem o seu dia =).