Apenas comece: uma breve história sobre a minha jornada em direção ao empreendedorismo.

Apenas comece. Na maioria das vezes é a única coisa que a gente precisa ouvir pra começar qualquer coisa. Na busca pela perfeição ou na espera pelo momento exato muitas oportunidades se vão. Essa semana passei a ouvir essa voz incansável que repete “apenas comece, apenas comece” de forma mais insistente e resolvi, então, começar.

Desde que coloquei meu nome e minha marca na rua, muitas pessoas vieram falar comigo. Gente que de alguma forma tem meu trabalho como referência, gente que nunca foi muito com a minha cara. Gente pedindo conselho, emprego, entrevista pra contar minha trajetória. Gente querendo pegar carona.

Quando tudo começou, nem eu sabia muito bem o que estava acontecendo e não tinha nada - pelo menos entendido e estruturado - pra contar. Eu também não tinha noção do que estava por vir e nem que eu teria tanto pra compartilhar.

Muita coisa pode parecer banal, o trivial de empreender. Mas acredito que se fosse tudo tão óbvio, não chegariam até mim tantas perguntas e vontade de saber como eu fiz essa transição, abandonando meus vinte e tantos anos de carreira no mercado corporativo, para criar meus próprios produtos e passar a fazer tudo sozinha.

Vamos do início. Sempre trabalhei com comunicação: publicidade e propaganda, depois marketing institucional, esportivo, de produtos. Ganhei uma bagagem significativa passando pelas áreas de produtos e projetos. Fui gestora nessas três áreas - marketing, produtos e projetos - tinha minhas equipes, desenvolvi meus métodos e com o passar dos anos passei a aprender a defender meus valores enquanto ocupava essas cadeiras. Com isso, fiz amizades pra uma vida inteira, acabei me tornado referência para algumas pessoas, mas também sofri por isso. Com o início da pandemia foram cinco desligamentos seguidos. Cinco. As justificativas que recebi foram as mais variadas possíveis, nenhuma por não entregar, nenhuma por não ser capaz.

Hoje, a leitura que faço é de que simplesmente aquele ambiente não ressoava mais com os meus valores e o meio onde eu estava não queria o que eu tinha pra oferecer.

Eu fui banida do mundo corporativo. Assim que me senti. E tive que viver o luto, compreender que essa Suelen não existiria mais. Depois fui entender que ela já não existia há muito tempo, por isso nada mais se encaixava! Durante muito tempo maturei esses sentimentos sozinha.

Relembrei cada demissão, cada discurso, inúmeras vezes. Um looping doentio que não me trazia resposta alguma.

Foi quando busquei ajuda profissional que as coisas começaram a clarear. Com um trabalho incrível e carregado de sensibilidade, a Scheila Dall'Agnol me mostrou, com toda a sua técnica, a profissional que eu sou e toda a trajetória que eu tinha construído. Estava tudo lá e eu simplesmente não conseguia enxergar. Cada projeto, cada melhoria implementada, cada sucesso que compôs a minha história.

Antes de seguir com a minha história, eu proponho uma pausa. Você já parou pra montar seu portfolio? Não falo daquele material bonito para mais um processo seletivo. Falo daquele rascunho mesmo, carregado de sinceridade e um montão de projetos que você pôs a mão, fez acontecer, mas nunca teve o reconhecimento de ninguém. Nem mesmo o seu. Te proponho a fazer esse exercício antes de seguir para o próximo capítulo da minha jornada empreendedora. Topa o desafio?