Aprendizagem significativa

No dia 16 de junho, compartilhei, aqui, uma matéria sobre alunos de uma escola particular paulista que, como tarefa de Língua Portuguesa, receberam a proposta de escreverem cartas para os idosos de uma casa de repouso da região. A proposta - além de chamar a atenção das crianças para uma realidade muito próxima a elas e que, infelizmente, na maioria das vezes, parece ser invisível - desenvolve o sentimento de solidariedade e dá significado a uma tarefa considerada difícil pela maioria das pessoas, sejam ela crianças, jovens ou adultos: escrever.

Quem nunca sentiu a mão suar diante de uma página em branco? Isso, normalmente, acontece porque redação - contemporaneamente, intitulada "produção textual" - exige não só que se conheça o assunto sobre o qual se escreverá, mas também pressupõe um interlocutor real ou virtual. Contudo, saber disso também não basta. O ser humano é "exigência de significado"; por isso, responder a pergunta "por que escrever?" é muito mais importante do que "para que escrever?" Isto quer dizer que ter uma razão para escrever é mais importante do que a finalidade pela qual se escreve.

O trabalho da professora Tânia Regina da Cruz dos Santos é digno de ser observado e de valorização. Propor às crianças a redação de cartas aos idosos é a oportunidade de lhes ensinar muito mais do que uma tipologia textual dentro do modo de organização discursiva narrativo. Compreender que todo texto é dirigido a alguém tem, na correspondência, a experiência mais concreta de interlocução que se pode fazer na escrita. Ademais, os alunos, certamente, experimentaram que a ternura pode ser derramada sobre quem não se conhece e que o coração se alegra quando se faz alguém sorrir.

Que bom seria se houvesse, em todas as escolas, muitas professoras assim!

Ótima reflexão Valéria Gomes Lopes. Obrigada!

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