Apresentações em público: existe fórmula para o sucesso?

Sim, existe!

Normalmente as pessoas apenas se lembram da comunicação quando se deparam face a situações importantes, como apresentações em público.

Alguns sofrem com antecedência e tentam se preparar. Outros sofrem e tentam não pensar, acreditando que na hora algo vai acontecer e tudo dará certo. Deste segundo grupo, é comum ouvir o argumento de que não se preparam por acreditar que o “preparo” elimina a espontaneidade do momento ou que isto antecipará o sofrimento da apresentação.

Ainda que, na maioria das vezes, nenhuma catástrofe ocorra, uma frase comum deste segundo grupo no pós-evento é

“foi bom, mas poderia ter sido melhor. Da próxima vez vou me preparar”.

Realmente o que vale a pena é não deixar para a “próxima”.

O preparo deve iniciar por uma autoavaliação sobre os recursos que o comunicador utiliza e a percepção produzida pela somatória destes recursos, que podem ser caracterizados por verbais, não verbais e vocais.

Na apresentação os recursos verbais envolvem o discurso propriamente dito, o conteúdo, que é o principal em qualquer situação comunicativa.  Compreendem tudo o que ouvimos quando alguém fala: as palavras, a elaboração das frases, enfim, a mensagem da apresentação.

Por recursos não verbais entendemos postura, gestos, movimentação corporal, expressões faciais e mesmo a imagem do profissional: como se veste, tipo de cabelo, acessórios, etc.

Os recursos vocais são as características da voz, que pode ser avaliada com relação a tom, volume, velocidade de fala, modulação, articulação (dicção), etc.

Apesar das pessoas apenas se lembrarem da comunicação em eventos importantes, ela existe no cotidiano, contudo os recursos que utilizamos no decorrer di dia-a-dia são automáticos e padronizados, ou seja, não há um controle consciente deles pela própria forma como o cérebro funciona.

Tudo que é aprendido e que envolve funções de rotina passa a ser automático. Um bom exemplo deste processo automático é a função de dirigir um veículo.

Mas, diferente de dirigir, além de ser um processo automático, a comunicação também é intuitiva e natural. Grande parte das pessoas não tem consciência sobre o que usa e sobre a impressão produzida a partir destes padrões e, entender os recursos utilizados e os respectivos impactos é fundamental para que a comunicação tenha sucesso em situações importantes, onde o profissional tende a estar pressionado.

O controle e aprimoramento da comunicação, entretanto, somente é possível se o comunicador souber o que deve ser observado. Outro fator decorre da comunicação sob pressão ter características diferentes da cotidiana por depende da forma como o comunicador reage emocionalmente nestas situações.

O ideal para iniciar o processo de desenvolvimento desta competência é o monitoramento da comunicação em situações comuns e consideradas fáceis.

A forma como a pessoa se vê e a percepção dos outros com relação a ela também devem ser avaliadas. Este é o ponto de partida desta conscientização.

O domínio do conteúdo é fundamental para o sucesso do discurso. Domínio não significa somente saber sobre o assunto, mas ter controle sobre a organização e estruturação deste assunto. Saber aprofundar ou ser superficial na abordagem tem relação direta com saber o que é interessante para seu público e quais são os objetivos do comunicador.

Pense que as pessoas gostam de histórias e que esta é uma boa solução para fazer seu assunto ficar interessante. E isto é possível mesmo para uma apresentação de negócios.

Enfim, como todas as situações, uma apresentação deve ser planejada. Não deixe o improviso atrapalhar. Não perca a chance de passar seu recado de forma simpática e profissional. Prepare-se.

Claudia Colnago

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