A Armadilha da Social-Democracia
Na humanidade, houve diversas formas de governo que já predominaram as civilizações ao longo do tempo histórico. Atualmente, intelectuais e antropólogos concordam que a melhor forma dos seres humanos conviverem harmonicamente, com sua liberdade respeitada, é que os indivíduos com vivam em uma sociedade democrática. Porém, o sistema capitalista demonstra possuir enumeras falhas e, em consequência, surgem às desigualdades sociais.
No século XX, considerando as falhas e guerras causadas pelas antigas potências imperialistas e a ascensão das ideias revolucionárias como o marxismo e gramscismo, junto com as revoluções proletárias na Rússia e Alemanha, fizeram a humanidade repensar em reestruturar a forma de governo. Desse contexto, surge o conceito da “social-democracia”, onde idealiza que a sociedade deva conviver em um sistema democrático com um viés em que o estado deva suprir as necessidades da população utilizando políticas intervencionistas, e também, a justiça social.
O termo social-democracia deriva em parte do Socialismo Fabiano. O Socialismo Fabianismo pode ser considerado como um movimento político que emergiu entre o final do século XIX e início do século XX, formulado pela Sociedade Fabiana que carrega este nome graças à influência na tática utilizada pelo Cônsul Romano Fábio Máximo (CARVALHO, 1994). A presente tática mencionada utilizada pelo Cônsul tinha o fundamento em uma estratégia de guerra na qual atingia seus objetivos de uma forma lenta, gradual e silenciosa, muito utilizada na Guerra Púnica entre Roma e Cartago. O sucesso dessa tática se deriva em cansar o inimigo sem que ele perceba, até que esteja vulnerável e assim destruído.
O Socialismo Fabiano pode ser considerado como um derivado do Socialismo Marxista, porém possui características mais moderadas e menos radicais. Carrega consigo a luta do proletariado, só que ao invés em incentivar o conflito entre os operários e burgueses, os enfrentamentos dessa disputa se da através da hegemonia cultural, assim como era pregado por Gramsci, e utilização das instituições democráticas públicas para expandir sua ideologia (CARVALHO, 1994). No Fabianismo, tem sua finalidade em ir aos poucos implementando alterações de forma gradual, vagarosa e discreta, aumentando o poder do estado perante a vida dos indivíduos. A influência do estado acaba atingindo tanto na esfera econômica, ideológica e comportamental. Aos poucos vão sendo aprovadas as reformas sutis nas quais vêm crescendo a influência do intervencionismo estatal sobre toda a sociedade. A razão em aplicar a estratégia de sutilmente transformar uma sociedade no modelo socialista, é o principal fator que distingue o Socialismo Fabiano do Socialismo Marxista (HAYEK, 1989).
O Socialismo Tradicional aspira em hegemonizar o Socialismo e parte das ideologias de Karl Marx da revolução, assim, de forma autoritária utilizando de armas e conflitos assumam o poder. Apesar de que o Fabianismo se diferenciar desse aspecto mencionado, ambos possuem o mesmo objetivo. Podemos considerar que ambos procuram enfraquecer ou extinguir o capitalismo, e também, exterminar os valores conservadores nos quais constituem toda a civilização ocidental. Na história houveram muitos partidos importantes que utilizavam a ideologia do Socialismo Fabiano. O partido Menchevique da Revolução Russa queria implementar o Socialismo na Rússia, contudo, diferente da atuação de Lenin, acreditavam que a revolução deveria acontecer de forma lenta, gradual e segura, evitando de se utilizar de conflitos armados (CARVALHO, 1994).
O Fabianismo além de almejar infiltrar o Socialismo na vida dos indivíduos de forma gradual, silenciosa e vagarosa através da intervenção estatal nas instituições e na cultura, também se opõe ao conceito de propriedade privada e o empreendedorismo, além de realizar uma rígida regulação estatal na economia, e utiliza-se do pretexto em incrementar alta carga tributária na maior parte da sociedade. Em uma sociedade governada por socialistas fabianos, o governo realiza programas assistencialistas com o pretexto que o estado é responsável em atender todas as necessidades da população, trazendo o fundamento que a sociedade precisa de justiça social e o estado é o responsável em intervir em todas as esferas (HAYEK, 1989). Essa expansão da influência estatal e desconstrução do capitalismo libertário e dos valores construídos pela sociedade ocidental desestimula a iniciativa privada, em consequência faz com que o estado tenha o monopólio em vários âmbitos.
As pessoas que estão em um patamar elevado de poder, podendo ser monarcas, os comunistas radicais ou políticos social-democratas, precisam urgentemente de agrupamentos de intelectuais que preguem a ideia do povo necessitar de poder estatal influenciando suas vidas. Muitas pessoas acreditam que o estado governa por indicação divina e o bem estar-social, além de proteger a população de criminosos, garantir a justiça social e reger a economia intervencionista, principalmente utilizando-se da prática o multiplicador keynisiano. Aparente, na atualidade a politica da Social Democracia vêm predominando os governos das democracias ocidentais. Durante quase um século, se acreditava que essa era a melhor forma de governar. Nos últimos anos vêm aparecendo diversas catástrofes econômicas, sociais e políticas graças a essas politicas influenciadas pelo Fabianismo. Suas causas e consequências na atualidade serão utilizados como temas para próximos artigos.
Referências:
CARVALHO, Olavo, A Nova Era e a Revolução Cultural, São Paulo, Vide, 1ª ed., 1994.
HAYEK, Friedrich A., Os Erros Fatais do Socialismo, Viena, Faro, 1ª ed., 1989.