Armas de fogo e os diferentes resultados possíveis
Lendo o jornal noto duas notícias me fizeram pensar. Compartilho minhas ponderações...
1º NOTÍCIA
Turista vítima de tentativa de latrocínio é preso no Rio de Janeiro.
Um turista em visita ao Rio de Janeiro foi preso por desacato à autoridade após uma tentativa de assalto. O bandido rendeu o turista e seu acompanhante e os assaltou. Após coletar os pertences das vítimas apontou a arma e apertou o gatinho. A arma falhou - duas vezes. O turista então não teve dúvida e partiu para cima do bandido, rendendo-o.
Após a chegada da polícia o turista foi preso por desacato por, de alguma forma, confrontar o policial responsável por atender o chamado. Na delegacia, após um chá de cadeira, o turista foi liberado. O bandido, até o momento da publicação da noticia, continuava preso - é sua décima quarta prisão (isso mesmo, antes deste episódio, o ladrão já havia sido preso ao menos 13 vezes).
Como justificar para um estrangeiro que um bandido já preso 13 vezes continua nas ruas? E pior... como explicar que a vítima de tentativa de latrocínio é presa por tentar se defender e por expor sua indignação perante o Estado - o mesmo Estado que em 13 ocasiões anteriores liberou o vagabundo?
2ª NOTÍCIA
Em 2015 o Japão teve 6 mortes por armas de fogo
Enquanto EUA tiveram 33,5 mil mortes por armas de fogo, no Brasil foram quase de 45 mil. No Japão foram seis. Não seis mil, apenas seis. Meia dúzia.
Sim, um pais com aproximadamente 130 milhões de habitantes teve meia dúzia de mortes por armas de fogo no período de um ano. Em média, uma a cada dois meses. Isto prova que sim, é possível uma sociedade moderna se livrar do flagelo das armas e das terríveis consequências que trazem consigo.
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A bizarra comparação entre as duas notícias é de fundir a mente. Num país 115 pessoas morrem todos os dias por armas de fogo. Em outro são 6 pessoas ao ano!
No país onde mais se mata, o governador de um estado que decretou calamidade financeira usa o helicóptero oficial para buscar o filho numa festa. No outro o imperador se curva para cumprimentar professores primários.