Arquiteturas de Software
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Este artigo oferece uma visão abrangente sobre arquiteturas de software, um conceito fundamental para alunos de tecnologia e profissionais da área. Exploramos diferentes tipos de arquiteturas, incluindo microserviços, monolítica, multicamadas e SOAP, discutindo suas características, vantagens e desvantagens. Ao compreender esses conceitos, os leitores estarão preparados para tomar decisões informadas ao projetar e desenvolver sistemas de software.
Introdução
As arquiteturas de software desempenham um papel crucial no projeto e desenvolvimento de sistemas de software. Compreender os diferentes tipos de arquiteturas é essencial para tomar decisões informadas ao criar aplicativos eficientes e escaláveis. Neste artigo, exploraremos algumas das arquiteturas mais comuns, fornecendo insights valiosos para alunos de tecnologia e profissionais da área.
Vamos começar falando sobre duas das arquiteturas mais populares: a Monolítica e a de Microsserviços. Essas duas abordagens têm ganhado destaque no cenário de desenvolvimento de software e cada uma possui suas próprias características e vantagens.
Em 2009, a Netflix enfrentou desafios significativos. Sua infraestrutura não conseguia acompanhar a crescente demanda por serviços de streaming de vídeo. Diante disso, a empresa optou por migrar sua infraestrutura de TI de data centers privados para a nuvem pública e substituir a arquitetura monolítica pela arquitetura de microsserviços. No entanto, naquela época, o termo "microsserviços" ainda não existia e essa estrutura era pouco conhecida.
A Netflix se destacou como uma das primeiras empresas de grande porte a obter sucesso ao realizar essa transição do monólito para a arquitetura de microsserviço baseada na nuvem. Em reconhecimento a essa inovadora infraestrutura que internalizou o DevOps, a empresa ganhou o prêmio JAX Special Jury em 2015. Atualmente, a Netflix conta com mais de mil microsserviços que gerenciam e suportam diferentes partes da plataforma, enquanto os engenheiros implementam códigos com frequência, por vezes milhares de vezes ao dia.
A trajetória da Netflix foi pioneira em algo que se tornou cada vez mais comum nos dias atuais: a transição da arquitetura monolítica para a arquitetura de microsserviço.
Arquitetura Monolítica
A arquitetura monolítica é um modelo tradicional em que todo o aplicativo é desenvolvido e implantado como uma única unidade. No contexto de uma aplicação de comércio eletrônico, isso significa que todas as funcionalidades, como a interface do usuário, lógica de negócios e acesso a dados, são implementadas como parte de um único aplicativo. Embora seja fácil de desenvolver e testar, a arquitetura monolítica pode se tornar difícil de escalar e manter à medida que o aplicativo cresce.
Vantagens
As empresas podem se beneficiar tanto da arquitetura monolítica quanto dos microsserviços, dependendo de diversos fatores. Ao optar pela arquitetura monolítica, a principal vantagem é a agilidade no desenvolvimento devido à simplicidade de ter o aplicativo baseado em uma única base de código.
As vantagens da arquitetura monolítica incluem:
- Facilidade de implementação: Um único arquivo executável ou diretório simplifica o processo de implementação.
- Desenvolvimento simplificado: Com o aplicativo construído sobre uma única base de código, o desenvolvimento torna-se mais fácil.
- Desempenho: Com a base de código e o repositório centralizados, muitas vezes uma única API pode desempenhar a mesma função que várias APIs em um ambiente de microsserviços.
- Testes simplificados: Devido ao caráter centralizado do aplicativo monolítico, os testes de ponta a ponta podem ser realizados com maior rapidez em comparação com um aplicativo distribuído.
- Facilidade de depuração: Com todo o código localizado em um único lugar, torna-se mais fácil rastrear solicitações e identificar itens para depuração.
Desvantagens
Assim como no caso da Netflix, os aplicativos monolíticos podem ser bastante eficazes até atingirem um grande porte, momento em que a escalabilidade se torna um desafio. Realizar até mesmo pequenas alterações em uma única função requer compilar e testar em toda a plataforma, o que vai contra a abordagem ágil que os desenvolvedores de hoje preferem.
As desvantagens do monólito incluem:
- Velocidade de desenvolvimento mais lenta: o tamanho grande e a natureza monolítica do aplicativo tornam o desenvolvimento mais complexo e demorado.
- Escalabilidade limitada: não é possível dimensionar componentes individuais de forma independente.
- Confiabilidade comprometida: um erro em qualquer módulo pode afetar a disponibilidade de todo o aplicativo.
- Barreira para adoção de tecnologia: qualquer alteração na estrutura ou na linguagem afeta todo o aplicativo, tornando as mudanças frequentemente caras e demoradas.
- Falta de flexibilidade: o monólito é limitado pelas tecnologias já utilizadas em sua construção.
- Dificuldade na implementação: uma pequena alteração no aplicativo requer a reimplementação de todo o monólito.
Arquitetura Microsserviços
Os microserviços são uma abordagem arquitetônica em que um aplicativo é dividido em pequenos serviços independentes, cada um executando uma função específica. Por exemplo, em uma aplicação de streaming de vídeo, pode haver serviços separados para gerenciar a autenticação de usuários, recomendações de conteúdo, processamento de pagamentos e reprodução de vídeos. Essa arquitetura oferece benefícios como escalabilidade, flexibilidade e facilidade de manutenção, mas também introduz complexidade adicional na comunicação entre os serviços.
A arquitetura de microsserviços é um método arquitetônico que se baseia na implementação de uma série de serviços independentes, cada um com sua própria lógica de negócios e banco de dados específicos. A atualização, teste, implementação e escalabilidade ocorrem em cada serviço, permitindo a separação dos problemas específicos dos domínios de negócios em bases de código independentes. Os microsserviços não reduzem a complexidade, mas a tornam mais visível e gerenciável, ao separar as tarefas em processos menores que funcionam de forma independente.
A adoção dos microsserviços muitas vezes está associada ao DevOps, pois eles são a base para práticas de entrega contínua que permitem que as equipes se adaptem rapidamente aos requisitos do usuário.
Vantagens
Em resumo, as vantagens dos microsserviços incluem:
1. Agilidade: Promove métodos ágeis de trabalho, com equipes pequenas capazes de implementar com frequência.
2. Escalabilidade flexível: Permite a rápida implementação de novas instâncias de um serviço em um cluster, aliviando a pressão quando os microsserviços atingem a capacidade de carga.
3. Implementação contínua: Possibilita ciclos de lançamento mais rápidos e frequentes, aumentando a frequência das atualizações.
4. Sustentabilidade e testabilidade: Facilita a experimentação de novas funções, reversão de mudanças e correção de falhas em serviços individuais.
5. Implementação independente: Permite a rápida e fácil implementação independente de funções individuais, devido à natureza modular dos microsserviços.
6. Flexibilidade tecnológica: Oferece liberdade para as equipes selecionarem as ferramentas que melhor se adequam às suas necessidades.
7. Alta confiabilidade: Permite a implementação de alterações em um serviço específico sem afetar todo o aplicativo.
8. Equipes mais felizes: Equipes que trabalham com microsserviços tendem a ser mais autônomas e satisfeitas, podendo criar e implementar sem esperar aprovações prolongadas.
Desvantagens
As desvantagens dos microsserviços incluem:
1. Expansão do desenvolvimento: A adição de mais complexidade em comparação com a arquitetura monolítica, devido à presença de vários serviços criados por diferentes equipes. Se não for gerenciada adequadamente, a expansão do desenvolvimento pode resultar em menor velocidade e desempenho operacional comprometido.
2. Custos exponenciais de infraestrutura: Cada novo microsserviço pode acarretar custos adicionais relacionados a testes, implementação, hospedagem e monitoramento, o que pode se tornar oneroso.
3. Sobrecarga organizacional adicional: A necessidade de uma comunicação e colaboração mais intensas para coordenar atualizações e interfaces entre as equipes.
4. Desafios de depuração: Cada microsserviço possui seu próprio conjunto de registros, tornando a depuração mais complexa. Além disso, o processo de negócios pode ser executado em várias máquinas, dificultando ainda mais a depuração.
5. Falta de padronização: Sem uma plataforma comum, pode haver uma proliferação de linguagens, padrões de registro e monitoramento, dificultando a padronização.
6. Falta de propriedade clara: Com o aumento do número de serviços e equipes responsáveis por eles, torna-se desafiador conhecer os serviços disponíveis para aproveitar e identificar quem contatar para obter suporte.
Arquitetura Multicamadas
Na arquitetura multicamadas, um aplicativo é dividido em diferentes camadas, como apresentação, lógica de negócios e acesso a dados. Um exemplo prático é um aplicativo bancário em que a camada de apresentação é responsável pela interface do usuário, a camada de lógica de negócios implementa as regras de negócios e a camada de acesso a dados gerencia a comunicação com o banco de dados. Essa abordagem facilita a modularidade e a manutenção do código, permitindo que as alterações em uma camada não afetem as outras.
A arquitetura de três camadas organiza aplicativos em três camadas: apresentação, aplicativo e dados. Cada camada pode ser desenvolvida separadamente e atualizada sem afetar as outras. Essa arquitetura, predominante por décadas, está sendo modernizada com tecnologias nativas de nuvem e migração para a nuvem.
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Vantagens
A arquitetura multicamadas proporciona benefícios significativos devido à separação lógica e física das funcionalidades. Cada camada pode ser executada em diferentes sistemas operacionais e plataformas de servidor, permitindo a personalização e otimização dos serviços sem afetar as outras camadas. Além disso, outros benefícios incluem:
- Desenvolvimento mais rápido: equipes podem desenvolver simultaneamente cada camada, permitindo o lançamento mais ágil do aplicativo no mercado e o uso das linguagens e ferramentas mais atualizadas para cada camada.
- Escalabilidade melhorada: cada camada pode ser dimensionada independentemente conforme necessário.
- Maior confiabilidade: uma falha em uma camada é menos propensa a afetar a disponibilidade ou desempenho das outras.
- Segurança aprimorada: a comunicação direta entre a camada de apresentação e a de dados é impedida, proporcionando uma camada de aplicativo como um firewall interno, protegendo contra vulnerabilidades maliciosas.
Desvantagens
As principais desvantagens da arquitetura multicamadas incluem:
1. Complexidade: A implementação e a manutenção de uma arquitetura multicamadas podem ser mais complexas devido à necessidade de coordenar e sincronizar as diferentes camadas do aplicativo.
2. Overhead de comunicação: O tráfego de rede entre as camadas pode causar um overhead de comunicação, especialmente em sistemas distribuídos, o que pode impactar o desempenho do aplicativo.
3. Custo de infraestrutura: A necessidade de hardware e software especializado para cada camada pode aumentar os custos de infraestrutura, especialmente em ambientes empresariais.
4. Latência: Em sistemas distribuídos, a latência introduzida pela comunicação entre as camadas pode afetar a responsividade do aplicativo.
5. Complexidade de depuração: Identificar e corrigir problemas que envolvem várias camadas do aplicativo pode ser mais desafiador do que em arquiteturas mais simples.
Embora a arquitetura multicamadas ofereça muitos benefícios, é importante considerar essas desvantagens ao decidir sobre a melhor estrutura para um determinado aplicativo ou sistema.
Arquitetura SOAP (Simple Object Access Protocol)
SOAP é um protocolo de comunicação baseado em XML amplamente utilizado em serviços web. Um exemplo prático de uma arquitetura SOAP é um serviço de pagamento online em que as transações são realizadas através de mensagens SOAP estruturadas, garantindo segurança e confiabilidade na comunicação entre sistemas distribuídos. Embora seja robusto e seguro, o SOAP pode ser complexo e pesado em comparação com outras tecnologias mais recentes, como REST.
No estilo de arquitetura orientada a serviços, a comunicação entre os serviços é realizada por um sistema de "baixo acoplamento". Essa é uma maneira de interconectar componentes, também chamados de "elementos", em um sistema ou rede para transmitirem informações ou coordenem processos empresariais e reduzam as dependências entre eles. Efetivamente, isso cria uma aplicação nova.
Vantagens
A arquitetura SOAP (Simple Object Access Protocol) oferece várias vantagens, tais como:
1. Interoperabilidade: SOAP é baseado em padrões abertos e é independente de plataforma, o que facilita a comunicação entre sistemas heterogêneos.
2. Extensibilidade: SOAP permite a definição de mensagens complexas e a utilização de extensões para suportar requisitos específicos de comunicação.
3. Segurança: SOAP possui suporte embutido para protocolos de segurança, como SSL/TLS e WS-Security, proporcionando mecanismos robustos para proteger as mensagens durante a transmissão.
4. Suporte a diferentes protocolos de transporte: SOAP pode ser utilizado sobre uma variedade de protocolos de transporte, tais como HTTP, SMTP e FTP, tornando-o versátil em ambientes distribuídos.
5. Integração com outras tecnologias: SOAP é frequentemente utilizado em conjunto com outras tecnologias, como WSDL (Web Services Description Language) e UDDI (Universal Description, Discovery, and Integration), facilitando a descoberta e utilização de serviços web.
No entanto, é importante considerar que o uso de SOAP também pode apresentar algumas desvantagens em relação a outras tecnologias mais recentes, como REST. Cada arquitetura tem suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha depende das necessidades específicas do projeto.
Desvantagens
1. Overhead de mensagens: SOAP tende a gerar mensagens mais verbosas devido à sua natureza baseada em XML, o que pode resultar em um maior consumo de largura de banda e processamento.
2. Complexidade: A complexidade inerente ao processamento de mensagens SOAP pode tornar a implementação e manutenção mais desafiadoras em comparação com abordagens mais simples, como REST.
3. Desempenho: Devido ao overhead de mensagens e processamento adicional necessário, alguns cenários podem experimentar um desempenho inferior em comparação com alternativas mais leves, como REST.
4. Menor suporte para integração com navegadores: Em comparação com abordagens baseadas em REST, SOAP pode ter um suporte limitado para integração direta com navegadores e clientes leves.
5. Curva de aprendizado: A compreensão e implementação eficaz de serviços web baseados em SOAP podem exigir uma curva de aprendizado mais íngreme do que outras tecnologias mais recentes.
Como mencionado anteriormente, a escolha entre SOAP e outras arquiteturas como REST depende das necessidades específicas do projeto e das considerações sobre desempenho, segurança, interoperabilidade e complexidade.
Arquitetura REST (Representational State Transfer)
REST é um estilo arquitetônico para sistemas distribuídos baseados em recursos da web. Os serviços RESTful são construídos em torno dos princípios de um protocolo sem estado, operações CRUD (Create, Read, Update, Delete) e recursos identificáveis por URIs (Uniform Resource Identifiers). É uma arquitetura popular para construir APIs web devido à sua simplicidade, escalabilidade e facilidade de uso.
Vantagens
1. Simplicidade: REST utiliza uma abordagem simples e baseada em padrões da web, utilizando os métodos HTTP padrão (GET, POST, PUT, DELETE) para operações em recursos, o que facilita a compreensão e implementação.
2. Desempenho: Devido à sua abordagem leve e uso eficiente dos métodos HTTP, REST pode oferecer um desempenho melhor em comparação com abordagens mais verbosas, como SOAP.
3. Escalabilidade: A natureza sem estado do REST e a separação clara entre cliente e servidor facilitam a escalabilidade do sistema, permitindo o balanceamento de carga e a distribuição eficiente de recursos.
4. Flexibilidade: REST permite a representação de recursos em vários formatos, como JSON e XML, o que facilita a integração com uma variedade de clientes e sistemas.
5. Integração com a web: Como REST é baseado nos princípios da web, ele se integra naturalmente com os padrões e tecnologias existentes na internet, tornando-o ideal para aplicações web e serviços web.
Essas vantagens fazem da arquitetura REST uma escolha popular para o desenvolvimento de APIs e serviços web em muitos cenários.
Desvantagens
As desvantagens da arquitetura REST incluem:
1. Falta de padronização: Devido à sua natureza flexível, REST pode levar a uma falta de padronização na definição de APIs, o que pode dificultar a interoperabilidade e a compreensão entre diferentes implementações.
2. Segurança: Enquanto REST oferece suporte para autenticação e autorização, a implementação correta de mecanismos de segurança em APIs REST pode ser desafiadora e requer atenção especial para evitar vulnerabilidades.
3. Complexidade em operações complexas: Em casos onde as operações são complexas e envolvem múltiplos recursos ou transações atômicas, a modelagem desses cenários em APIs REST pode se tornar mais complexa e menos intuitiva do que em abordagens mais estruturadas, como SOAP.
4. Desafios de versionamento: O versionamento de APIs REST pode ser um desafio, especialmente quando se trata de garantir a compatibilidade com clientes existentes e gerenciar múltiplas versões de forma eficiente.
5. Documentação: A documentação completa e clara de APIs REST é crucial, mas pode exigir esforço adicional para garantir que os consumidores da API compreendam corretamente como interagir com os recursos disponíveis.
Essas desvantagens não invalidam as vantagens da arquitetura REST, mas destacam áreas que requerem atenção especial durante o design, implementação e manutenção de APIs baseadas em REST.
Conclusão
As arquiteturas de software desempenham um papel fundamental no projeto e desenvolvimento de sistemas de software. Ao entender os diferentes tipos de arquiteturas, os alunos de tecnologia e profissionais da área podem tomar decisões informadas ao projetar e desenvolver aplicativos. Ao explorar arquiteturas como monolítica, de microserviços, multicamadas, SOAP e REST, este artigo forneceu uma visão abrangente sobre o assunto.
Referências
Solution Developer and Architect | SAP (BTP | CAP | HANA DB | Fiori | ABAP | PI/PO | CPI) | Python Full Stack | IA | AWS
8 mShow de bola Diego Henrique Emygdio Lázaro, já vou separar pra ler mais tarde.