A arte de conscientizar / Principais técnicas- 3° Artigo (série de 3 artigos).
A Arte de Conscientizar: Técnicas para Engajar o Cliente no Seguro de Vida e na Consultoria de Investimentos
A dificuldade de vender seguros está em conscientizar o cliente sobre algo que ele não pode "ver" ou "tocar". O uso de técnicas específicas pode facilitar essa condução, ajudando o cliente a compreender a importância da proteção.
No caso da consultoria de investimentos, o foco é muitas vezes conduzir o cliente a refletir que sua posição atual pode não estar alocada na estratégia mais eficaz. Aqui, a honestidade é fundamental: só devemos sugerir realocação para ativos que realmente beneficiem o cliente.
Enquanto nos investimentos o desafio está em ganhar a confiança para migrar os recursos do cliente, no seguro de vida, a conscientização está mais relacionada ao despertar da necessidade de proteção.
Principais Técnicas para a Conscientização:
Inicie a conversa elogiando as boas decisões de investimento do cliente. Evite críticas diretas aos produtos adquiridos anteriormente, pois o cliente valoriza decisões que refletem inteligência e segurança. Surpreendê-lo com elogios autênticos ajuda a construir confiança e fortalece o relacionamento.
Trazer exemplos reais, seja de pessoas próximas ou conhecidas na mídia, ajuda o cliente a visualizar o impacto prático da proteção financeira. No caso de seguro de vida, antes de "colocar o cliente em uma situação hipotética", comece com exemplos próprios ou de terceiros. Essa abordagem evita desconforto e permite que o cliente se enxergue de forma mais natural nas situações descritas.
Destacar-se na conscientização exige fazer perguntas que incentivem a reflexão do cliente, estimulando a produção de neurotransmissores essenciais para a tomada de decisão e incentivando o cliente a verbalizar seus sentimentos. Boas perguntas permitem que o cliente sinta estar no controle, conduzindo-o a suas próprias conclusões. Além disso, o cérebro tende a se apegar a decisões prévias para economizar energia. Isso significa que, ao conduzir o cliente a uma resposta favorável ao negócio, ele provavelmente manterá essa posição até o fechamento.
Exemplos de Perguntas Seguro de Vida:
Investimentos:
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Perguntas Fatais Finalize com uma pergunta decisiva, como:
O storytelling conecta o cliente emocionalmente à mensagem, tornando o processo de conscientização mais envolvente e significativo. Contar histórias reais ou hipotéticas com situações similares às do cliente cria uma ponte entre lógica e emoção, tornando os conceitos abstratos mais tangíveis. O cliente consegue, então, visualizar o impacto do planejamento ou da falta dele em sua vida. Uma história eficaz tem início, meio e fim, com um personagem enfrentando um desafio e extraindo uma lição. Use exemplos que envolvam os sentidos para que o cliente se recorde deles a longo prazo. Assim, ele não apenas entende o valor do serviço, mas sente a urgência em tomar uma decisão.
Durante a conscientização, mantenha-se calmo e focado 100% no cliente. Pratique escuta ativa e envolva-se genuinamente com a história dele. Fale em tom baixo e desacelerado, demonstrando atenção. Não o interrompa nem ofereça soluções nessa fase. Evite afirmações diretas e conselhos morais. A ansiedade para “consertar” a situação deve ser contida até o fechamento. O cliente precisa sentir-se no comando; afirmações incisivas podem fazê-lo recuar. A sensação de autonomia é uma necessidade humana básica, e respeitar isso facilita a construção de um relacionamento de confiança e incentiva a decisão de compra. Segundo a Teoria da Autodeterminação (Self-Determination Theory), de Deci e Ryan, autonomia é essencial para motivação e engajamento.
A concordância tácita ocorre quando o cliente, através de perguntas estratégicas, reconhece gradualmente a necessidade de agir sem sentir pressão. É uma técnica eficaz para gerar um senso de urgência de maneira colaborativa, facilitando a continuidade do processo de venda. Exemplos:
Conforme explicado no artigo anterior, é na etapa de investigação que identificamos os pontos fracos da carteira que o cliente venha a possuir na concorrente. O objetivo do consultor é trazer, migrar essas posições para sua gestão. Porém, não custa ressaltar que o cliente precisa sempre ser preservado e colocado no centro das nossas ações, e com isso, a transparência é fundamental para uma boa relação entre consultor e cliente. Nesse sentido, somente as posições passíveis de melhorias deverão ser orientadas para uma eventual mudança. E é na conscientização que iremos trabalhar nos pontos fracos da carteira que está alocada na concorrência.
Na consultoria de investimentos, por exemplo, é comum identificar pontos fracos, como falta de hedge ou diversificação ineficaz. A conscientização ajuda a esclarecer as áreas onde a carteira atual pode ser melhorada, mas sempre com transparência e colocando o interesse do cliente em primeiro lugar.
Exemplos de Pontos Fracos a Serem Detectados:
Essas técnicas são essenciais para aumentar a efetividade na conscientização, elevando o poder de conversão e impulsionando o consultor a novos patamares de excelência no mercado financeiro.