ARTIGO DE OPINIÃO: Facebookoólicos Anônimos
Quero começar explicando o trocadilho do título deste artigo, pois fiz uma analogia com os dependentes de bebidas alcoólicas, que acabam tendo que frequentar grupos de apoio – os Alcoólicos Anônimos (AA). Embora isso possa soar engraçado, na realidade tem um viés bem preocupante e triste. Mas será que uma rede social pode ser tão viciante assim, “uma cachaça virtual”? Vejamos, os periódicos científicos publicados nos últimos cinco anos, alertam para os riscos de ficar muitas horas nas redes sociais. – Se o indivíduo estiver ultrapassando um tempo estipulado de uso saudável, a própria rede social deveria se encarregar de alertar, e se preciso for, bloquear o usuário por algum tempo; recomendando tratamento psicológico e disponibilizando vídeos explicativos, sobre os possíveis sintomas de ficar muito tempo online: sedentarismo, problemas de postura, problemas de visão e até mesmo dependência emocional... – Ultimamente tenho usado a internet o mínimo possível, e quase qualquer coisa off-line tem sido mais inteligente.
O lado ruim do uso das redes sociais não se resume apenas no excesso de tempo, mas na condição de ficar exposto a estrutura apelativa da mesma: os comerciais são produzidos por algoritmos que conhecem as preferências de cada perfil – onde ter muitos likes parece ser o maior objetivo. A crença em um eu idealizado e a superficialidade das relações virtuais, onde fica muito mais fácil ofender ou elogiar alguém: se alguém se tornou impertinente é possível bloquear, seja lá qual for o motivo; as fotos são planejadas, escolhidas e editadas – mostrasse sempre o melhor ângulo, o melhor dia e, nunca aqueles dias bad. O negócio é ostentar qualidades e troféus, mostrar que se é um vencedor, que curte a vida adoidado; que quase sempre se “está de boa”. É tudo apelativo ao curtir; aí fica fácil se apaixonar por alguém quase cinematográfico; mas os defeitos da vida real estão todos escondidos em algum lugar, e tornam-se visíveis somente nas relações de socialização – de olho no olho.
E qual seria a solução para o problema da dependência em redes sociais (internet)? Primeiro teremos que compreender as causas para tentar evitá-las. Isso fica a cargo das autoridades no assunto: os neurocientistas, psicólogos... – Um manual de como manter a saúde mental no mundo digital seria bem-vindo; mas o que fazemos na internet ainda esta na esfera jurídica, e as pessoas devem ser responsabilizadas por seus atos; precisam saber onde estão pisando. O problema é que começamos a nos dar conta do perigo que corremos, e o quanto somos vulneráveis a crimes virtuais, há pouco tempo: enquanto isso dados particulares continuam vazando para os mais diversos fins, pessoas são insultadas e ameaçadas por outras que só sabem disseminar ódio, e, cada vez mais aumenta o número de pacientes procurando ajuda psicológica, para conseguir administrar suas vidas e não ficar “refém da dependência em tecnologia”. Existe também o lado positivo das redes sociais; por isso elas devem ser protegidas e aprimoradas, para que a comunicação flua da melhor forma. Quero deixar claro que gostaria de ver um relatório, pode ser semanal, contendo dados como o tempo cronometrado de uso, comentários, publicações. Assim como beber além da conta faz mal, tudo na vida precisa de moderação.