Ascensão feminina: Superando obstáculos de gênero para alcançar a liderança
Artigo em colaboração para o livro: A Voz Feminina da Sustentabilidade

Ascensão feminina: Superando obstáculos de gênero para alcançar a liderança

Historicamente, o processo de ascensão da mulher no mercado de trabalho deu-se principalmente na Revolução Industrial, no ano de 1760. Este movimento ocorreu sobretudo pela escassez de mão de obra gerada pela ausência dos homens que precisaram estar em campos de guerra. Sendo assim, a necessidade da indústria promoveu um gargalo de oportunidade em uma época em que as mulheres se tornaram força braçal e, a partir deste momento, foi evidenciada a divisão sexual do trabalho, tema que ainda está aceso até hoje pelo mercado. Desde este momento, vários processos de democratização da mulher foram promovidos durante a história, e destaca-se a promulgação na Constituição de 1934, quando as mulheres passaram legalmente a ter o direito de voto.

Falar sobre a inserção e a superação de obstáculos das mulheres até o alcance das lideranças é um tema ainda sensível. Atualmente, não só no Brasil, mas no mundo, são promovidas pautas de diversidade, equidade e sustentabilidade que defendem seus direitos e fortalecem a figura da mulher de modo mais atuante na ocupação de postos de gestão e liderança. Neste contexto atual, a ascensão feminina e a presença das mulheres em posições de lideranças ampliam a visão de uma sociedade mais inclusiva.

Mesmo na contemporaneidade dos dias atuais, é preciso levantar com clareza as barreiras existentes à lideranças femininas, conhecidas pela metáfora do “teto de vidro” (glass ceiling), retratando desafios que as mulheres ainda precisam vencer. Dentre os obstáculos, destacam-se: preconceito; resistência à liderança feminina; estilo de liderança; responsabilidades familiares; e capital social.


Importante destacar que esses obstáculos fazem parte de um senso geral onde a ascensão da mulher surge em um contexto a sua inserção em ambiente o qual o gênero feminino é supervalorizado, o que se observa nos indicativos de representatividade da mulher em estruturas organizacionais. De acordo com pesquisas, a participação das mulheres nos cargos de Alta Administração no país saltou de 10% para 21% entre 2017 e 2023.

Outro aspecto inerente é a disparidade salarial em posições de liderança entre homens e mulheres, pois mesmo com a ascensão no mercado, mulheres que alcançaram esses cargos ainda enfrentam a desigualdade salarial, tornando-se mais uma das dificuldades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a diferença salarial entre homens e mulheres no país atingiu 22,5%, mesmo as mulheres possuindo maior escolaridade, 78% têm um ganho bem menor.

Em 2023, entrou em vigor a Lei de Igualdade Salarial, nº 14.611, impondo novas obrigações às empresas, as quais devem se adequar às suas disposições legais, sob pena de multa, e cumprir as seguintes medidas: implantação de mecanismos de transparência salarial e critérios remuneratórios; fiscalização contra discriminação salarial entre mulheres e homens; canais específicos para denúncias acerca deste tema; programas de diversidade e inclusão no ambiente de trabalho; e fomento à capacitação e à formação de mulheres para ingresso, permanência e ascensão no mercado de trabalho.

No contexto atual, os movimentos globais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e Environmental, Social and Governance (ESG) desempenham um papel fundamental na promoção da diversidade e inclusão das mulheres em ambientes organizacionais e esferas de liderança.

Como impulsionadora do avanço socioeconômico e sustentável, a Lei de Igualdade Salarial sinaliza uma mudança de paradigma em direção a um cenário mais igualitário. Essa legislação motiva as organizações a adotarem práticas mais éticas, transparentes, com protagonismo feminino, e a se comprometerem com o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade corporativa.

A liderança feminina continua a enfrentar desafios em sua jornada rumo à evolução, marcada pela superação contínua. Embora as mulheres tenham conquistado avanços significativos, ainda há muito o que ser conquistado. A revolução continua e temos a promessa de um amanhã com mais oportunidades para as mulheres. A revolução da ascensão da mulher no mercado de trabalho e em posições de liderança está longe de ser concluída e requer uma atuação colaborativa e o esforço de indivíduos e somente assim será possível transformar verdadeiramente não só os ambientes de trabalho, mas toda uma cultura, para que mulheres alcancem os objetivos não alcançados e possam liderar de maneira responsável, respeitosa e ética.

É o nosso papel impulsionar e promover a ascensão feminina na liderança, não apenas como uma questão de justiça social, mas também para o desenvolvimento econômico e o sucesso sustentável das organizações e de toda uma sociedade.


Autora: Tchiara Aparecida Maçambanni

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