Asma atinge 20 milhões de brasileiros
Em 21 de junho a luta contra uma das principais doenças respiratórias ganha evidência. Isso porque nesta data celebra-se o Dia Nacional de Controle da Asma, enfermidade que atinge 10% da população brasileira, o que equivale a cerca de 20,3 milhões de pessoas, segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
Além da predisposição genética, a principal causa da inflamação é o contato com algum tipo de alérgeno, entre eles ácaros da poeira, mofo e polens.
A exposição em indivíduos com hipersensibilidade resulta na constrição (obstrução) dos brônquios, órgãos responsáveis pelo transporte do ar até os pulmões. Por isso, um dos sintomas é o típico chiado no peito como se o ar estivesse passando em um local mais estreito do sistema respiratório.
Fazem parte dos grupos de risco, pessoas com histórico familiar de asma ou que tenham outro acometimento das vias aéreas superiores, como rinite alérgica. A obesidade também é outro fator importante relacionado a uma maior facilidade em desenvolver um processo inflamatório.
O diagnóstico da doença é predominantemente clínico, obtido por meio da anamnese, entrevista com o paciente, na qual se obtém todo o histórico dos sinais que caracterizam a enfermidade. Há ainda a avalição por meio de exame físico, no qual são identificados alguns indícios na ausculta do pulmão, compatíveis com o quadro.
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Apesar de não ter cura, as estratégias de controle da asma são direcionadas, sobretudo, à recorrência dos episódios: há pacientes que precisam usar medicações diárias para diminuir a incidência das crises e há, também, os que tratam apenas os quadros agudos, ou seja, usam medicação nos episódios de intensificação dos sintomas. Nessa situação, os fármacos irão reduzir a resposta inflamatória nos brônquios e, ao mesmo tempo, dilatar os alvéolos para que o ar tenha condições de chegar em maior quantidade aos locais onde ocorrerão as trocas de oxigênio.
Vale ressaltar que existem medicamentos contra a doença disponíveis no SUS. O salbutamol pode ser retirado, sem custo, em farmácias e centros de saúde. Basta apresentar a receita datada e carimbada pelo médico responsável.
Outras medidas, também devem ser seguidas pelo paciente asmático, para além dos tratamentos com medicamentos. São elas: evitar a exposição à poeira, fumaça, alérgenos e pelos de animais; manipular materiais de limpeza com cautela; interromper/resolver problemas de mofo na residência; lavar periodicamente e, de preferência, forrar colchões e travesseiros com material impermeável para se proteger de ácaros; não fumar e evitar lugares onde outras pessoas fumam.
É fundamental ainda não interromper o tratamento pois a negligência pode causar crises agudas, espontaneamente graves e que podem até demandar internação em uma unidade de terapia intensiva e, em alguns casos, infelizmente, acarretar em óbito.
Luiz Gustavo Nobre Maia, clínico geral.