Atuação da Fono em cirurgia ortognática

A cirurgia ortognática é um procedimento indicado para pessoas com deformidades relacionadas aos ossos da face e aos dentes.

As deformidades dos ossos da face podem se originar de distúrbios de crescimento, síndromes e anomalias específicas, traumas na face, ou serem de origem genética, dentre outros fatores. Essas alterações podem estar localizadas num osso, como no prognatismo (mandíbula grande) ou no retrognatismo (mandíbula pequena), sendo que muitas vezes é um problema combinado, associando o maxilar superior à mandíbula.

A cirurgia é indicada quando não for possível resolver o caso somente com o aparelho ortodôntico, uma vez que o problema está no tamanho dos ossos do esqueleto e não somente na posição dos dentes, sendo então necessária uma correção óssea. 

É bastante benéfica aos pacientes operados, pois melhora a relação entre os dentes, ossos, músculos, respiração, mastigação, fonação, posição de língua, ATM, digestão e nas questões estéticas, favorecendo sobremaneira o relacionamento social.

 O trabalho com estes pacientes deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, composta pelo Ortodontista, pelo Cirurgião Buco Maxilo Facial e sua equipe e pelo Fonoaudiólogo.

O papel do Fonoaudiólogo é acompanhar a readaptação do paciente à sua nova configuração facial, auxiliando-o na percepção dos movimentos de língua, lábios e mandíbula, na respiração, bem como orientar e acompanhar a introdução gradativa dos alimentos consistentes.

Com a perda de sensibilidade na região de lábios e queixo, é muito comum relatos de derramamento de líquidos, mordedura dos lábios e bochechas, sendo necessária reorganização sensorial e motora.

É usual também o relato de dor nos músculos cervicais que se encontram mais tensionados no pós-cirúrgico, sendo importante o relaxamento e alongamento destes músculos, que podem interferir intimamente na movimentação da mandíbula.

Podemos observar também, assimetrias na face pela atividade muscular irregular ao longo dos anos e cuja memória de movimentos permanece mesmo após a cirurgia, sendo muitas vezes necessário a execução de exercícios específicos para o reequilíbrio e simetrização facial.