Auditores fiscais em greve: Como isso afeta empresas e o comércio exterior brasileiro?
O comércio exterior promove o desenvolvimento e fortalece a integração do país no mercado global. No entanto, crises e paralisações, como a atual greve dos auditores fiscais da Receita Federal, podem gerar impactos no setor, comprometendo o fluxo de mercadorias e ocasionando prejuízos em cadeia que afetam diversos segmentos da economia.
Os auditores fiscais são responsáveis pela fiscalização, liberação e monitoramento de mercadorias em portos, aeroportos e zonas alfandegárias, bem como a verificação do cumprimento das obrigações tributárias e aduaneiras.
A paralisação tem gerado apreensão em setores estratégicos da economia, como comerciantes de commodities agrícolas, importadores de bens de capital e agências de navegação. Além disso, o fluxo de cargas em portos e aeroportos também estão sob risco, cuja eficiência é indispensável para manter a competitividade do Brasil no mercado global.
Contexto da greve
Desde o dia 26 de novembro, os auditores fiscais brasileiros iniciaram uma greve nacional por tempo indeterminado. A mobilização é resultado da insatisfação com a falta de diálogo por parte do Governo Federal, que, segundo a categoria, não tem atendido às demandas por reajustes salariais e melhorias nas condições de trabalho.
O movimento ganhou força gradualmente ao longo dos meses anteriores. Em outubro, foram realizadas paralisações pontuais de 24 e 48 horas. Já em novembro, a categoria intensificou as ações, com interrupções de 48 horas em todas as terças e quartas-feiras do mês.
Enquanto os auditores da Zona Secundária permanecem em greve, na Aduana a orientação é realizar operação-padrão em atividades como gerenciamento de risco, desembaraço aduaneiro, vigilância e repressão. Em outras funções, os auditores devem seguir as diretrizes do Caderno de Mobilização, alternando entre greve e operação-padrão conforme indicado.
Apesar da greve, 30% do contingente de trabalhadores deve manter o trabalho. Assim, a prioridade nas aduanas será o processamento de cargas vivas, perecíveis (alimentos e medicamentos) e itens de perigo.
Principais impactos da greve no comércio exterior
A greve desses profissionais vai muito além de simples atrasos nos processos burocráticos: ela gera impactos na logística, nos prazos e nos custos das empresas que dependem do comércio exterior, afetando toda a cadeia produtiva e comercial do país.
Atrasos na liberação de mercadorias Durante a greve, os processos de desembaraço aduaneiro sofrem lentidão ou paralisação, resultando no acúmulo de cargas nos portos e aeroportos. Esse atraso pode impactar o abastecimento de insumos industriais, bens de consumo e produtos perecíveis.
Aumento dos custos A demora na liberação de mercadorias gera custos adicionais, como tarifas de armazenagem em terminais alfandegados, multas por descumprimento de contratos e prejuízos financeiros devido ao atraso na entrega.
Redução da competitividade Empresas brasileiras perdem competitividade no mercado internacional devido à dificuldade em cumprir prazos de exportação. Isso pode comprometer parcerias comerciais e prejudicar a imagem do Brasil como um fornecedor confiável.
Prejuízos na cadeia logística A greve gera um efeito dominó em toda a cadeia logística, desde transportadoras e operadores portuários até pequenas e médias empresas que dependem de importações para manter suas atividades.
Perspectivas futuras
A paralisação inclui uma série de medidas que comprometem o funcionamento da Receita Federal. A greve ocorre em um momento delicado, quando o comércio exterior e a logística enfrentam desafios adicionais, como o gargalo nos portos e as demandas de final de ano.
A princípio, o Governo Federal mantém sua posição de não ceder às demandas salariais, justificando restrições orçamentárias e outras prioridades financeiras para 2024. Essa postura tem gerado frustração entre os auditores, que consideram seu trabalho indispensável para a estabilidade fiscal e econômica do país.
O prolongamento da greve, segundo especialistas, pode resultar em graves consequências para a economia, como a volatilidade cambial e a pressão inflacionária, além da elevação dos custos logísticos e a perda de competitividade no mercado internacional. Os consumidores finais devem sentir os efeitos no aumento dos preços e nos prazos mais longos para entrega de produtos.
A X5 Logistics segue monitorando a situação. Continue acompanhando nossas redes sociais para mais atualizações sobre esse e outros temas relevantes para o cenário.