Auditorias de segurança: como identificar vulnerabilidades de forma eficaz

Auditorias de segurança: como identificar vulnerabilidades de forma eficaz

Dando continuidade à Trilha de Conhecimento em Cibersegurança para Empresas (se você perdeu os textos anteriores, pode acessar o artigo 1 neste link, o artigo 2 neste outro link, o artigo 3 aqui, o artigo 4 nesta página e o artigo 5 aqui), hoje vou tratar sobre a importância das auditorias e avaliações de segurança regulares para identificar vulnerabilidades. Considerando que vivemos um cenário digital cada vez mais ameaçador, a realização de auditorias de segurança regulares é essencial para identificar vulnerabilidades e garantir a proteção dos ativos das organizações. Estudos recentes apontam que as vulnerabilidades estão sendo exploradas de forma mais rápida e agressiva, tornando as auditorias uma prática contínua e necessária para garantir a segurança cibernética.

De acordo com um relatório da Fortinet, a velocidade de exploração de vulnerabilidades aumentou em 43% no segundo semestre de 2023, com os cibercriminosos agindo menos de cinco dias após a divulgação pública de falhas. Já o estudo da IBM reforça que a maioria dos ataques pode ser evitada com a aplicação de práticas simples, como a correção de vulnerabilidades e a implementação de autenticação multifator (MFA). Esses dados mostram como uma estratégia robusta de auditoria pode ser decisiva para a defesa cibernética.

Vamos, então, às dicas práticas para auditorias de segurança:

Aplique correções (Patches) imediatamente. A procrastinação na aplicação de patches pode ser devastadora. Vulnerabilidades N-Day, que são falhas conhecidas mas não corrigidas, continuam sendo um grande risco. A Fortinet descobriu que 41% das organizações relataram ataques usando vulnerabilidades conhecidas há mais de um mês. Dica prática: Automatize o processo de aplicação de patches com ferramentas de gerenciamento de atualizações que verificam, baixam e instalam correções automaticamente. Certifique-se de que sistemas críticos recebam prioridade.

Implemente de forma ampla a Autenticação Multifator (MFA). Apesar de ser uma prática básica, muitas empresas ainda falham em implementar MFA em todos os acessos sensíveis. Segundo a IBM, a habilitação de MFA poderia ter prevenido até 85% dos ataques ocorridos em 2023. Dica prática: Revise todos os acessos privilegiados e assegure que a MFA esteja configurada para todos os usuários, especialmente aqueles que lidam com dados sensíveis e operações críticas. Considere também o uso de ferramentas de gestão de identidades para garantir que privilégios sejam constantemente revisados.

Automatize a detecção de vulnerabilidades Zero-Day. As vulnerabilidades zero-day, exploradas antes que uma correção esteja disponível, são especialmente perigosas. Em 2023, a exploração dessas vulnerabilidades aumentou significativamente. Dependendo de métodos manuais para identificá-las, você pode sem querer colocar sua empresa em risco. Dica prática: Utilize sistemas de monitoramento automatizados, como Intrusion Detection Systems (IDS), que analisam comportamentos anômalos e atividades suspeitas em tempo real. Ferramentas como o Exploit Prediction Scoring System (EPSS) podem ajudar a priorizar as vulnerabilidades mais críticas.

Faça testes de penetração (Pentests) regularmente. Auditorias passivas são essenciais, mas testes de penetração oferecem uma visão mais prática e realista das vulnerabilidades. Eles simulam ataques cibernéticos, permitindo que as equipes identifiquem falhas que as auditorias tradicionais podem não detectar. Dica prática: Realize pentests trimestralmente, focando tanto em sistemas internos quanto em aplicativos voltados para o público externo. É importante também incluir ambientes de produção, que muitas vezes apresentam fraquezas apenas em condições reais de uso.

Promova a conscientização dos colaboradores. O estudo da Fortinet destacou que 81% das empresas relataram ataques direcionados a funcionários, especialmente através de malwares e phishing. Funcionários mal treinados são a principal porta de entrada para ataques cibernéticos. Dica prática: Inclua treinamentos de conscientização como parte de suas auditorias. Simule ataques, como campanhas de phishing, para avaliar a resposta dos funcionários e ajustar os treinamentos conforme necessário. A conscientização deve ser contínua, com atualizações sobre novas ameaças e melhores práticas.

Faça a análise de sistemas legados. Muitas empresas ainda possuem sistemas antigos que não recebem atualizações regulares. Essas infraestruturas se tornam alvos fáceis para os invasores. Segundo a IBM, 92% das empresas têm ao menos uma vulnerabilidade conhecida não corrigida. Dica prática: Durante as auditorias, dedique atenção especial a sistemas legados e desatualizados. Avalie a viabilidade de sua substituição ou, pelo menos, a aplicação de medidas compensatórias, como o isolamento em redes segmentadas e a implementação de firewalls específicos.

Promova auditorias contínuas com ferramentas automatizadas. Não basta realizar auditorias esporadicamente. As ameaças cibernéticas evoluem rapidamente, e as auditorias precisam acompanhar esse ritmo. A automação desempenha um papel crucial nesse cenário, permitindo uma auditoria contínua e proativa. Dica prática: Adote ferramentas de análise automatizada que monitoram constantemente suas redes em busca de vulnerabilidades. Ferramentas de Security Information and Event Management (SIEM) podem consolidar eventos de segurança e gerar alertas sobre atividades suspeitas.

Em suma, as Auditorias regulares de segurança são fundamentais para manter a integridade dos sistemas e dados de qualquer organização. Com o aumento das ameaças cibernéticas e a velocidade com que novas vulnerabilidades são exploradas, a adoção de medidas práticas, como a aplicação de patches imediatos, a implementação de MFA, e a realização de testes de penetração, pode fazer a diferença entre uma empresa segura e uma que está vulnerável. Garantir que todos os níveis da organização estejam alinhados com essas práticas fortalece a resiliência cibernética e reduz significativamente os riscos.

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