A autogestão e a liberdade de expressão gerada por ela
O burburinho nos corredores das empresas é cada vez mais frequente quando o assunto é a autogestão.
E as dúvidas sobre o novo modelo de gerenciamento vêm aos montes: “não haverá mais líder?”, “não teremos mais regras?”, “como ter mais disciplina?”.
É normal se assustar com o novo. Mas saiba que não é impossível fazer essa transição. Aliás, bem necessária inclusive.
Ela pode ser um caminho para otimizar o seu negócio ou sua carreira e é por isso que, nesse artigo, vamos explicar o conceito e como funciona na prática.
O que é autogestão?
A descrição simples trata a palavra como o gerenciamento da empresa pelos próprios empregados. Opa!
Então quer dizer que não haverá mais chefe e a organização vai se transformar numa anarquia? Não, nem de perto.
Na autogestão, a autoridade nas tomadas de decisões é distribuída, abrindo espaço para que todos possam liderar. O que torna qualquer projeto mais colaborativo. Mas, apesar disso, não significa que não há regras.
Neste novo modelo, existem mais premissas que o tradicional – no qual você precisava saber apenas que devia obedecer a alguém superior á você.
Calma, isso também não quer dizer que todos terão que seguir um modelo burocrático e rígido.
A autogestão chega para empoderar, te transformando seja como quem contribui com um projeto ou ainda o lidera.
Com a liberdade de expressão potencializada pelo modelo, você se torna capaz de participar e ser agente de decisões, se sentindo mais capaz para isso.
Alguns benefícios da autogestão para as pessoas, as organizações e times colaborativos
Vale destacar ainda os benefícios que essa nova prática pode trazer para um empreendimento e para sua vida.
Para os funcionários, por exemplo, a oportunidade de exercer a liberdade de expressão e, consequentemente, aumentar seu engajamento com a autonomia recém conquistada é um deles.
Para as organizações ou grupos de negócios colaborativos, potencializar o engajamento das pessoas e consequentemente melhorar o desempenho no mercado em comparação com outras empresas que não praticam autogestão.
Independente do tamanho do negócio, cinco pessoas ou cinco mil, essa mudança é viável. Por isso, é recomendável que você saiba ser uma pessoa autogerida o quanto antes
Assim como se faz necessário envolver todas as pessoas ao seu redor, convidando-as a se comprometer com esse novo modelo mental e assim desenvolver certas habilidades – sejam colaboradores, fornecedores ou parceiros.
Importante reforçar que todos devem trabalhar em prol de um único objetivo. Esta é uma premissa básica.
Aprenda como ser mais disciplinado pelo exercício diário da autogestão
Qual seu nível de preparação para essa liberdade? Parece óbvia a pergunta pois é natural que muitos desejam ter mais liberdade no trabalho.
Lembre-se, portanto, que toda liberdade vem acompanhada de responsabilidade. E para que ela venha sem surpresas é preciso aprender como ser mais disciplinado também.
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No nosso dia a dia, será que puxamos essa responsabilidade para nós? Pare para pensar em nossos hábitos recorrentes de transferimos a responsabilidade da educação à escola, a responsabilidade da segurança ao governo.
“Você pode tudo se tiver entusiasmo.” Henry Ford
Percebe que estamos acostumados a transferir as responsabilidades para outras pessoas? E na sua vida, você é a pessoa que assume a (co)responsabilidade ou a que transfere?
No modelo de autogestão, é uma oferta justa dividir não só a responsabilidade e a autonomia, mas também a recompensa.
Deixe o seu ímpeto de transferir a responsabilidade para trás e abrace a responsabilidade. Sua e de todos que fazem parte da organização que trabalha no modelo de autogestão.
Como você pode exercer sua liberdade de expressão em ambientes autogeridos?
Adeus, modelo engessado! Olá, modelo onde as novas ideias, independente de quem as tenha, são bem vindas para serem expostas!
Na autogestão, é possível ter mais autonomia no trabalho realizado e isso é, muitas vezes, recompensador para quem o faz.
No entanto, essa liberdade exige que você aprenda como ser mais disciplinado e também responsável.
“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las.” Evelyn Beatrice Hall
Isso acontece porque sabemos que cada ser humano tem experiências e habilidades diferentes um dos outros.
E essa infinidade de características que podem existir dentro de um negócio abre um leque ainda maior na hora de resolver uma situação. Tudo ocorre com uma distribuição equilibrada de autoridade.
E é graças a essa liberdade de expressão que a tomada de decisão, de muitas empresas que optam pela autogestão, acontece de forma mais rápida.
Até porque, com as habilidades certas na sala de reunião, fica mais fácil de chegar a uma solução. Nada de grandes reuniões, longas votações ou discussões intermináveis que terminam sem consenso.
Comece a praticar a autogestão
A transição não é fácil, sabemos. Por isso, você precisa investir tempo e energia para realmente impactar positivamente com a autogestão.
E se existe essa vontade, é necessário começar engajando quem faz parte da organização. Serão necessários workshops, grupos de estudo e consultorias.
Estude, procure entender o que já foi feito e funcionou (ou não funcionou) e coloque na prática.
Com o tempo, você perceberá que os hábitos e as práticas começarão a mudar. Mas tudo exige muito esforço de todos e pode durar anos.
Então, não desista. Logo, logo a transição passa e o modelo será incorporado. Sonhe, planeje, realize e celebre. Todos os projetos colaborativos começam com sonhos.
Este artigo foi originalmente publicado no blog da Lifelong Workers www.lifelongworkers.com