Automóveis Importados no Brasil - Luxo ou Lixo?
Está chegando o momento do Brasil olhar para trás na história da industria automobilística nacional, iniciada entre no final de 1950 e início de 60, e em especial, sobre o mercado de veículos Importados oriundos de inúmeras nações do globo, dente eles: Ingleses, Alemães, Italianos, Norte Americanos, Japoneses, Suecos, entre outros. Marcas que colaboraram com a formação, desenvolvimento e expansão e agora possuem a oportunidade de discutir qual será o legado destas ás gerações futuras ao completarem em 2020 os ciclos de 60 e 30 anos respectivamente de suas implantações no País.
Quando Fernando Collor chamou de "carroças" nacionais o que existia em produção no Brasil nos início dos anos 90, mais precisamente ano de 1989, 760 mil carros haviam sido emplacados no Brasil pela industria nacional. Este fato abriu o precedente para um momento impar e histórico em nosso mercado em relação as outras nações, a importação de automóveis promovida por seu Governo em 9 de maio de 1990 mudou drasticamente o cenário do mercado nacional com a competição e padrões construtivos dos importados.
Automóveis embarcados com tecnologias de ponta a época e, expressões como Airbag, injeção multipoint, ABS, Cruise control, além de motorizações potentes com 6cc, 8cc, 12cc, conquistavam corações ou norteavam o sonho de milhares de consumidores brasileiros que acompanhavam o momento através das mídias especializadas de nosso prematuro mercado de importados.
O tempo passou, algumas marcas sobreviveram com pequenas frotas comercializadas, já outras foram dizimadas pelo descaso e esquecimento, formando pilhas de sucatas contaminantes, constituídas ao longo de ciclos governamentais hora apoiando a indústria nacional, hora a importação de automóveis e abertura de mercado sempre pensando na arrecadação fiscal. O Fato é, 25 anos após 1.459.511 veículos importados foram comercializados no Brasil até o final de 2015 - conforme números registrados na Abeifa e seus associados. Insignificantes do ponto de vista de unidades vendidas comparadas aos emplacamentos totais, entretanto extremamente relevante em bilhões de dólares de faturamento.
Marcas que produzem ou comercializam milhares ou milhões de automóveis conforme posicionamento de mercado ao redor do mundo seguem em grande expansão global, entretanto, não conseguem atingir um nível de desempenho adequado e satisfatório, seja na produção e ou comercialização no modelo econômico do mercado brasileiro. Veículos que ao cruzarem os mares, sofrem tributações insanas, conversões de moedas absurdas devido a volatilidade do mercado, além do enfrentamento de burocracias governamentais letárgicas aos processos de importações, todos submissos a uma cultura do século passado, são ofertados ao mercado brasileiro de automóveis por valores praticamente inacessíveis aos consumidores, sendo exclusivamente comercializados a poucos privilegiados que aceitam pagar altas somas para possuírem veículos de qualidade superior, tecnologias de ponta e a segurança que os "Premium" oferecem.
Automóveis Premium, são em seus primeiros anos de vida tratados como "filhos superprotegidos", em especial até o final do ciclo de suas garantias do fabricante ou estendidas a no máximo 5 anos após sua comercialização. Nota, existem veículos 2015/2015 - 0 km que ainda não conseguiram um dono ou melhor um proprietário a altura que se arrisque a desembolsar uma pequena fortuna para curtir sua grande paixão, com elevadas taxas de impostos sobre o valor da N.F. de comercialização e as manutenções periódicas futuras em conformidade com os padrões exigidos do fabricante para manter a sua garantia e originalidade do produto.
Imagine agora o que ocorre com essas pequenas fortunas sobre rodas e seus futuros destinos ao passarem transferidos aos próximos proprietários ao final de um ciclo de 5, 10, 15 anos, onde muitos proprietários desconhecem, negligenciam ou simplesmente são impossibilitados de manter os padrões de revisões e originalidade, atualizações e manutenções estabelecidas pelos fabricantes em seus países de origem, inviabilizados devido aos elevados custos de manutenção peças / serviços que podem superar facilmente o valor do bem em diversas situações.
Qual será o legado destes automóveis as gerações futuras?
Expansão das sucatas contaminantes empilhadas a céu aberto como já observamos em todo o país com os veículos da produção nacional iniciada em 1960? Onde está a sustentabilidade, a responsabilidade e o comprometimento com o meio ambiente, tando das Marcas e dos Governantes que tanto se privilegiam da comercialização?
Dos Governos pouco poderemos esperar além de mais leis, regulamentações para a manutenção de veículos e a cobrança de tributos sobre a frota circulante. Portanto, caberá esta realidade atual e a visão do futuro mercado de autos a combustão, pertencentes e circulantes nos próximos 30 anos, serem resinificados através das Marcas que investem e atuam no Brasil, transferindo o conhecimento das tecnologias de décadas passadas para a restauração de automóveis, atualização de veículos conforme os padrões do fabricante e implantação de uma cultura de responsividade social, modelos de negócios sustentáveis, através da atualização de Automóveis Premium, sendo estes preservados por gerações em respeito ao meio ambiente e ao País do amanhã. Posicionando e transformando o Brasil em um verdadeiro laboratório do legado de marcas Globais transferidas ás Gerações Futuras através de grupos de proprietários, colecionadores e usuários apaixonados por Automóveis Importados Premium.
Apresento minha visão de futuro concebida aos mercado circulante de Automóveis Premium a combustão existentes no Brasil, expansiva as gerações de veículos híbridos e elétricos que estão por chegar ao País.
Fabricio Lovato
CEO - Overland Brasil