Automação Residencial: A Importancia de desenvolver um projeto integrado
Por: Eng. José Roberto Muratori (*)
Artigo publicado na revista Lumiere Electric – edição 228 – maio de 2017
Embora ainda exista muito desconhecimento pelos moradores com relação aos benefícios da automação residencial, não é justificável que profissionais entre eles projetistas e integradores, tenham descaso pela atividade de projeto nesta modalidade.
Hoje em dia qualquer residência que esteja sendo construída ou reformada deveria contar minimamente com um projeto de infraestrutura com a visão integrada. Se não, vejamos a realidade: mesmo não contando com sistemas avançados de automação, muitas residências atuais (e incluímos ai os apartamentos também), dificilmente deixarão de contar com alguns destes equipamentos quando começarem a ser utilizados pelos moradores:
- internet de banda larga
- TV por assinatura
- sistema de áudio & vídeo (mesmo que simples)
- iluminação com maior número de acionamentos, em função do aumento das zonas de iluminação implantadas para melhorar a ambientação e a economia de energia
- câmeras de segurança ou de conforto
- alarmes ligados á uma central de monitoramento
- eletrodomésticos conectados à rede
E assim por diante...
Estes itens listados acima fazem parte cada vez com maior frequência do elenco de sistemas que despontam no preferencia dos moradores. No entanto devemos encarar o fato que raramente a casa foi projetada para abriga-los de forma simples e sem a necessidade de intervenções na parte civil, o que sempre ocasiona custos e desgastes desnecessários aos seus moradores.
Então o que falta?
È necessário desenvolver em todo o grupo de profissionais que atua numa nova construção a percepção que é necessário se antecipar a estes requisitos e planejar devidamente a sua inclusão na infraestrutura do projeto de instalações que está se desenhando.
Mas, o que então deve acontecer quando esta situação for levada aos futuros moradores, seja pelo arquiteto ou pelo construtor? Normalmente não são estes profissionais que poderão desenvolver um projeto detalhado e então o projetista de instalações é convocado.
No entanto, a maioria destes projetistas também não incluiu ainda estas novas demandas em suas atividades rotineiras... E novamente podemos gerar um impasse e, pior do que isto, um projeto defasado tecnologicamente.
Mas, afinal, do que trata um “projeto integrado de automação residencial”?
Temos basicamente quatro disciplinas que devem ser obrigatoriamente incluídas neste projeto, a saber:
1) A automação propriamente dita, que normalmente provoca alterações no projeto elétrico convencional – neste caso, estamos abrangendo itens como controle de iluminação, cortinas e venezianas motorizadas, climatização, irrigação automatizada, abertura de portas, bombas, filtros de piscina e outros equipamentos sempre conectados à rede elétrica para seu funcionamento
2) O sistema de telecomunicações da casa, que inclui dados (redes, acesso à Internet), voz (telefonia, interfonia) e TV (antena ou por assinatura)
3) O sistema de segurança eletrônica, composto de alarmes (de todo tipo), controle de acesso e circuito fechado de TV (câmeras de vigilância)
4) O sistema de áudio & vídeo, que compreende não somente a sala de TV (Home Theater), mas toda distribuição de som ambiente também.
Como podemos imaginar, alguns dos “espaços técnicos” criados numa residência devem abrigar parte destes equipamentos, sejam eles de automação, de conectividade, de segurança ou de som e imagem. Para que não se crie uma dispersão confusa pela casa, inviabilizando uma operação e manutenção mais simples, um estudo prévio destes espaços deve ser feita, levando em conta inclusive a necessidade do trafego de cabeamento e demais recursos empregados nestes sistemas.
Somente um planejamento interdisciplinar (ou seja, envolvendo os projetistas destas instalações, o arquiteto, demais profissionais da obra e também o morador) poderá chegar a uma solução otimizada e que garanta um uso eficiente da moradia no futuro
Mas ainda estamos longe deste consenso na maioria dos projetos atuais...
Qual seria então a solução?
Em nosso ponto de vista, temos duas situações possíveis e ambas serão satisfatórias:
1) O projetista de instalações elétricas se atualizareprofissionalmente e passa a incluir em seu portfolio o fornecimento de um projeto de automação integrado, com nível suficiente de informação para permitir que o futuro morador escolha seus fornecedores na época certa e que já tenha em sua obra toda a infraestrutura que ele pediu ao projetista devidamente considerada e prevista
2) Que nesta fase inicial do projeto seja convocado para fazer parte da equipe um integrador de sistemas residenciais. Este profissional pode atuar positivamente no projeto desde a sua concepção e, opcionalmente, até o final da obra, fornecendo os equipamentos, fazendo a sua instalação e programação.
Basta isso?
Como dissemos ambas as situações acima podem atender bem esta demanda. Mas ainda não são suficientes...
Tanto o projetista de instalações como o integrador devem se envolver mais do que estão acostumados atualmente. Explicando: um projeto integrado desta natureza exige uma postura proativa dos envolvidos.
Em primeiro lugar porque não são projeto que já tenham um amplo conhecimento de quem executa as instalações na obra. Portanto é preciso um cuidado maior ao transmitir as informações do projeto executivo para estes profissionais e, na sequencia, acompanhar e conferir se o que foi feito atende o projeto enviado. Esta, infelizmente, não é ainda uma prática recorrente e muitos projetistas ignoram se o seu projeto foi fielmente executado. Assim, nada garante que o instalador dos sistemas futuramente vai encontrar a infraestrutura adequada.
Muitas vezes existe a necessidade de ajustes e melhorias no projeto decorrentes de situações da obra ou até de escolhas tardias do cliente ou de seu arquiteto. Então é necessário (novamente) se manter atualizado e inserir estas modificações no projeto a tempo de documentar o seu histórico
No caso do integrador de sistemas, notamos que algumas vezes este dá mais importância à instalação e programação dos sistemas do que à sua documentação. O que é um erro, pois uma boa documentação tem inúmeras vantagens, entre as quais podemos enumerar:
- facilita a atualização e expansão futura dos sistemas instalados inicialmente
- torna mais simples e práticas as eventuais reprogramações solicitadas pelo morador
- cria uma espécie de “manual do usuário” ajudando o morador e entender o funcionamento de tudo e recorrer ao integrador somente quando estritamente necessário
- permite ao morador repassar informações corretas a outros prestadores de serviços e até mesmo, em caso de venda do imóvel, para outro proprietário.
Como começar certo?
Aos profissionais que desejam se especializar nesta nova modalidade de projeto sugerimos que estudem as diversas possibilidades de treinamento hoje existentes. Infelizmente não é uma disciplina que conste nos currículos das faculdades, portanto as ofertas de cursos são localizadas em entidades de classe, algumas iniciativas privadas e nos fabricantes dos sistemas. Estes últimos estão mais focados em mostrar como se especifica, instala e programa os produtos ou soluções que eles vendem. De toda forma, já existem alguns treinamentos importantes e que podem dar uma base suficiente para que o profissional passe a agregar esta atividade em seu portfolio.
Sugerimos também que pesquisem e criem o seu próprio “check list” de projeto, ou seja, listar todas as possibilidades que existem hoje de implantação de sistemas residenciais e levem aos seus futuros clientes na fase de levantamento e diagnostico de projeto. Assim, o futuro morador será informado sobre estas possibilidades, fará suas escolhas e não poderá alegar futuramente desconhecimento ou penalizar seu projetista por qualquer tipo de omissão.
Com estas considerações, entendemos que começaremos a trilhar um novo caminho onde atingiremos um patamar de inovação em nossos projetos de instalações residenciais. Aqueles que puderem aderir a esta sistemática com certeza sairão ganhando em sua imagem profissional e serão considerados entre clientes e formadores de opinião como inovadores e perfeitamente “antenados” com as tecnologias hoje disponíveis.
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(*) José Roberto Muratori é engenheiro de produção e atua há mais de quinze anos com Automação Residencial e Tecnologias para Habitação. È membro fundador e atual Diretor Executivo da AURESIDE – Associação Brasileira de Automação Residencial
Consultor e projetista de Automação Residencial e Predial
7 aAgradeço pelos comentários! Também aprovito para informar que criamos um novo Blog na AURESIDE para tratar de temas relacionados aos projetos de automação. Vejam em www.projetandoautomacao.blogspot.com.br e fiquem à vontade para enviar contribuições e sugestões que serão muito bem vindas!
AV Solutions Architect at videome
7 aÓtimo artigo! As empresas que souberem integrar diferentes sistemas ( A/V, iluminação, rede cabeada, rede Wireless, CFTV, telefonia, alarme, controle por tablet) com certeza sairão na frente! É claro que haverá necessidade de uma equipe multidisciplinar com esses conhecimentos e arquitetos de solucao para tal integração! Mais do que isso é necessário na minha opinião saber monitor remotamente e suportar o Pós venda dessas soluções!
Ceo Formato3d4U
7 aotima materia de muita utilidade ao mercado de automacao e clientes finais .desenvolvemos projetos de infra estrutura completa para qualquer sistema de automação do mercado , comercial , corporativo e residencial , trabalhos com agilidade visite nossa pagina www.formatho3d.com.br e aproveite e conheça mais sobre projetos personalizados .
Integrador e diretor comercial na Ambiente - Conforto e Tecnologia
7 aCom certeza a compatibilidade de projetos ajuda a desenvolver a prestação de serviços de forma ordeira, com custo correto e no tempo previsto. Quem deve realizar a implantação desse sistema sera o integrador, pois detém o conhecimento e arca, por diversas vezes, com o custo de resserviço. E quando o profissional e o cliente final percebem esse novo olhar sobre o processo que resulta em menos atritos e prazos cumpridos, se estabelece um novo patamar no mercado ao qual você se torna referencia. Parabéns pelo artigo.
Arquiteta e Empreendedora | Consultora | Gerenciamento de projetos.
7 aDiego Molina Baptista