AVANÇO FEMININO NO FRANCHISING
O Mês da Mulher é uma importante oportunidade para analisar a mudança no mercado de franchising com o crescente avanço da presença feminina. Elas são responsáveis por 51,2% dos novos negócios brasileiros, conforme levantamento da Global Entrepreuneurship Monitor, ou seja, respondem pela maior parte do empreendedorismo brasileiro. A situação se mantém nos últimos 14 anos, período em que o número de empresárias subiu 34%, de acordo com levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. O faturamento de 75% das empreendedoras chega a R$ 24 mil por ano. Contudo, apesar de representarem uma parcela significativa no segmento empresarial, o desafio é conquistarem postos de comando em micro e pequenas empresas. No caso do franchising, o equilíbrio já está próximo, pois 48,6% são franqueadas. Ainda de acordo com dados do SEBRAE, elas ocupam 43,2% dos cargos de gerência nas micro e pequenas empresas e o faturamento de franquias lideradas por elas cresceu até 32% a mais que nas gerenciadas por homens.
As estatísticas da Associação Brasileira de Franchising (ABF) apontam que, entre as franqueadoras de marcas com maiores investimentos, 43% têm equilíbrio entre masculino e feminino, sendo que 20% são comandadas, predominantemente, por elas e 37%, por eles. No caso das redes com opção de microfranquia, apenas 33% demonstram equilíbrio entre os gêneros, com 25% sendo lideradas por elas e 42%, por eles.
Em relação à propriedade das redes, 46% das franqueadoras não têm presença feminina em cargos executivos, ficando restrita somente a 12% das lideranças. Levantamento da ABF ainda identificou que, apenas 33% delas estão em função executiva, sendo 52% em cargo gerencial, 54% em supervisão, 36% no conselho e a maioria, 60%, em outras funções. Os percentuais excluem colaboradoras das unidades próprias e franqueadas. A participação delas em cargos executivos é maior nas empresas mais novas: em franqueadoras com até cinco anos de mercado, respondem por 40% das funções executivas. Já, entre as redes com seis a dez anos, o índice é de 34% e, com mais de dez anos, formam 31% do corpo diretivo.
Ainda cabe reconhecer que elas são mais exigentes no processo de seleção para investimento em uma franquia. A avaliação considera o suporte e as ferramentas para operação; apoio na localização para instalação do negócio; segurança e estabilidade para competir no mercado e trabalho mais próximo da família.
A grande estratégia é que mulheres e homens trabalhando juntos somam expertise, complementam pontos de vista e garantem maior equilíbrio para gestão. Contudo, para chegar ao nível ideal, é necessário muito mais que focar em faturamento. Enquanto a sociedade não enxergar que é possível uma mulher comandar uma empresa, independentemente do porte, o esforço individual de cada empresária não será recompensado. É crucial um esforço para mudar hábitos. Reiteramos que, no mês delas: lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive no franchising.
FONTE: Lucien Newton, coluna Franquias de A a Z, Jornal Estado de Minas de 26/03/2017