Avon considera vender operações à Natura, diz 'Wall Street Journal'!!
A Avon está considerando um possível acordo para vender suas operações para a brasileira Natura, informou nesta sexta-feira o jornal Wall Street Journal. As negociações incluiriam tanto a unidade da Avon na América do Norte, de capital fechado, como a empresa de capital aberto com sede em Londres que opera em outras partes do mundo. Após a notícia, as ações da Avon eram negociadas em alta de 4,7% em Nova York.
No Brasil, os papeis da Natura registravam queda de 2,02%, para R$ 44,09, por volta das 11h.
A venda para a Natura ocorreria três anos após a Avon, maior empresa de venda direta de cosméticos do mundo, ter dividido suas operações em duas diferentes unidades. Em 2016, a empresa vendeu 80% de suas operações nos Estados Unidos e Canadá para a firma de private equity Cerberus Capital Management, pelo valor de US$ 605 milhões. Desde então, vendeu vários ativos. O objetivo era se concentrar no mercado internacional, com foco em países onde a venda direta ainda é forte, como o Brasil. A Cerberus também tem uma participação de 17% na Avon Internacional.
A Natura sondou a Avon sobre uma possível aquisição em setembro do ano passado, mas as negociações não vingaram na época. Assim como a Avon, a Natura tem forte tradição em vendas diretas e é dona da rede varejista Body Shop.
Mas outro ano de fracos resultados nas vendas tornou a Avon mais receptiva a um possível acordo, de acordo com a fonte ouvida pelo Wall Street Journal. O atual diretor-executivo da Avon, Jan Zijderveld, assumiu o comando da empresa há pouco mais de um ano . Veterano da Unilever, Zijderveld sucedeu a Sheri McCoy à frente da companhia, e, desde que assumiu, já vendeu as fábricas da empresa nos Estados Unidos e na China, além da subsidiária no Japão.
A indústria da beleza está sob forte pressão nos últimos anos, com os hábitos dos consumidores mudando rapidamente e novas empresas, de start-ups a marcas sul-coreanas, ampliando a concorrência no setor. Enquanto a L'Oreal e a Estee Lauder, duas das maiores empresas do segmento, foram bem sucedidas em adquirir rivais menores e atrair um público mais jovem, a Avon não foi tão eficaz em sua estratégia.
Além da Avon, outras marcas que contam muito com as vendas em redes de drogarias, como Revlon e Cover Girl, perderam espaço na preferência dos consumidores, que ampliaram suas compras on-line.
A Avon perdeu nos últimos anos uma legião de revendedores e não conseguiu desenvolver uma estratégia para as vendas na internet nem para ampliar sua presença nas mídias sociais. Desde que Zijderveld assumiu o comando da empresa, vende fábricas nos Estados Unidos e na China e também a subsidiária da Avon no Japão, que tinha capital aberto
A Natura, por sua vez, vem fazendo mudanças nas suas operações desde que comprou a britânica The Body Shop, que pertencia à L'Oreal, em 2017, por 1 bilhão de euros. A brasileira fechou 62 unidades da The Body Shop e já anunciou planos para reestruturar a marca, criando um novo design para os pontos de venda.
A Natura também é dona da australiana Aesop e atua em 70 países.