A "Baixa" Inflação Brasileira
Tivemos em nov/18 uma deflação de 0,21%. Isto é, em média, os preços sofreram queda na variação de um mês para o outro, algo que não acontecia no referido mês desde 1994. No acumulado de 12 meses, chegamos a 4,05%, voltando a estar abaixo da meta (4,5%) estabelecida pelo Banco Central, conforme podemos observar abaixo.
O IPCA é composto e ponderado por diversos produtos. Acima, é possível ver as duas outras grandes famílias que compõem o IPCA: Preços Livres e Preços Monitorados, também conhecidos como Preços Administrados. O que seriam os Preços Monitorados? Basicamente, são os preços pouco sensíveis às condições de oferta e demanda da economia e sujeitos a reajustes de acordo com a inflação passada, ou estabelecidos por contratos. Podemos citar como exemplo: energia elétrica residencial, gás de botijão, gasolina, óleo diesel, plano de saúde, etc.
A deflação para o mês de nov/18 pode ser explicada pela queda dos Preços Monitorados (-1%) de alguns produtos que compõem a família dos Monitorados, como por exemplo a energia elétrica: -4,04% e a gasolina -3,07%. Ao passo que, no que diz respeito aos Preços Livres, tivemos uma subida nos preços de 0,07%, a mais baixa considerando a série desde 2004.
Ao analisar o componente da série temporal do IPCA - Preços Livres, podemos observar que a sazonalidade indica movimentações de aumento do índice de preços somente a partir do segundo semestre. É de se esperar que a inflação no começo do próximo ano se mantenha em níveis positivos elevando-se bem aos poucos, muito por conta da entressafra de alguns produtos agrícolas que impactam no preço dos alimentos.