Baixo Clero - Bolsonaro negocia com Centrão para manter governabilidade
Douglas de Souza - O presidente Jair Bolsonaro, sem partido, está literalmente na berlinda. O presidente sem voz no congresso tenta aproximar-se dos partidos do 'baixo clero', rotulados de Centrão. A intenção de Bolsonaro é ter votos suficientes na câmara dos deputados, visando com isso, barrar possíveis votações de abertura de inquéritos contra o seu governo. Neste caso o Impeachment.
O presidente tem contra ele as denúncias do ex-ministro da justiça Sérgio Moro. O ex-juiz da Lava Jato acusou Jair Bolsonaro de querer trocar o comando da Polícia Federal, por ter interesse em inquéritos abertos pelo STF. O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal na sexta-feira (24/4) a abertura de um inquérito para apurar os fatos narrados e as declarações feitas por Sergio Moro. O pedido foi aceito na segunda-feira (27/04) pelo ministro Celso de Mello.
Bolsonaro, sem contar com apoio no congresso avalia que não tem como se defender. Está isolado. Isso também aconteceu com a ex-presidente Dilma Roussef (PT) que governava via decreto e teve o seu mandato cassado, via impeachment. Dilma não sabia dialogar com os outros poderes.
Às promessas de campanha feita por Bolsonaro de combater a corrupção e eliminar os vícios da velha política, foram literalmente arquivadas. Bolsonaro já vem a algum tempo negociando às portas fechadas o apoio dos representantes do baixo clero. Agora , o preço desta negociação é alto. Os deputados vão querer tirar uma boa fatia desse bolo. Entra nessa negociação, cargos de diretorias de estatais, secretarias e autarquias do governo. Além de recursos à serem usados nos municípios que os parlamentares representam.
Resumo: Mais uma vez quem vai pagar essa conta de irresponsabilidade pública é o cidadão brasileiro.