BANI: 4 princípios para o aprendizado nesta década!
Em abril de 2020, Jamais Cascio, um pensador ligado ao Institute for the Future, sugeriu que o acrônimo VUCA se tornou obsoleto.
Criado na década de 80 - para descrever um mundo marcado pela crescente volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade - o VUCA não seria mais capaz de descrever mudanças que não apenas são mais intensas, mas se tornaram verdadeiramente caóticas.
Cascio propõe então uma nova sigla para os tempos atuais: BANI. De forma bem resumida:
"B" é brittle, em inglês um termo que designa algo duro, mas que pode quebrar fácil e rapidamente. Entre outras coisas, a palavra evoca o perigo de nos comportarmos de forma complacente, ancorados no que ilusoriamente consideramos como fortalezas sólidas e imutáveis.
"A" significa ansiedade, traz o sofrimento individual causado por tantas mudanças e as potenciais perigosas "saídas" que às vezes abraçamos para sobreviver a dores mentais: a passividade ("melhor ficar quieto já que não posso fazer nada"), o escapismo ("quero fugir daqui"), a postura dogmática e fanática (aqui incluindo a adoração infantil daqueles que se apresentam como tendo uma solução mágica).
"N" traz o conceito de não-linearidade, que descreve ambientes em que causas e efeitos são percebidos como desconectados e desproporcionais, e pequenas decisões aparentemente isoladas muitas vezes trazem enormes consequências sistêmicas.
"I" remete a incompreensível, um cenário em que as respostas parecem estar fora do nosso alcance e as soluções de natureza definitiva simplesmente não existem.
Pois bem, empresas têm começado a utilizar a lente BANI para estimular discussões estratégicas e de negócio. Mas queria propor que o BANI também pode ser visto como uma série de 4 princípios para nortear nossa aprendizagem nesta década. Esses princípios se relacionam sequencialmente com cada letra do BANI:
Princípio de aprendizagem # 1: Abandonar nossas zonas de conforto e sermos capazes de discutir abertamente nossas vulnerabilidades
Princípio de aprendizagem # 2: Um eficaz remédio para a ansiedade é o aprendizado colaborativo, o prazer de aprender de forma criativa e entusiasmada junto com outras pessoas.
Princípio de aprendizagem # 3: A não-linearidade pressupõe um olhar curioso e interessado para o que está além de nossa área de especialização. Um olhar que privilegia o contexto maior, um olhar que de forma inventiva e flexível busca conexões entre ideias apenas na aparência díspares.
Princípio de aprendizagem # 4: Se não há gurus, nem respostas definitivas, podemos e devemos aprender em um ciclo rico e continuado de hipóteses, experimentos, medições e conclusões sempre parciais.
No fundo, cada um desses princípios se estrutura em torno de uma essencial reflexão: como cada um de nós pretende aprender nos próximos anos?
Acho que esta é a pergunta essencial para qualquer profissional que deseja se colocar como um talento nesta década...
Marketing | Branding | Reputação | Experiência do Cliente | Endomarketing | Clima e Cultura Organizacional
2 aMuito bom, estou super refletindo agora o que li e como trazer isso para uma prática real no meu dia a dia! Obrigada por dividir esse pensamento com a gente. 🤜 🤛 👊
CEO, CCO, Business Unit Director, Commercial Director, New Business Director, Country Manager
3 aOi Jucá! Interessante, acho que estou usando Bani no meu processo de reinvenção pessoal através do aprendizagem e experimentação. Agora tenho um nome para o meu processo!
Presidente do Conselho Superior do ExcelênciaSC
3 aMuito bom meu querido e sumido amigo Jucá! Saudade dos nossos papos, desde os tempos de SSJ. Um baita abraço!
Brilhante! 👏