Batalha Naval Na Bilheteria
Estou organizando caixas de uma mudança recente e esta imagem que compartilho na foto remete ao dia que vou contar nesta reminiscência, que me marcou afetivamente e guardo até hoje como uma experiência impactante onde resolvi usar a criatividade para solucionar um problema ENORME que no fim deu tudo certo!
Era uma tarde normal de sexta-feira. Eu havia saído correndo do meu "day-job" no Comitê Rio2016 para chegar na bilheteria da sala Baden Powell e começar as rotinas daquela noite do espetáculo "As Mulheres de Grey Gardens". Eu e minha colega que me ajudava na bilheteria, a querida Celinha que trabalhava no teatro da prefeitura, geralmente conferíamos quantos convidados tínhamos previstos para aquela noite, já deixávamos impressos os convites, e checávamos as vendas online para imprimir. Depois de impressos estes convites, lista amiga e ingressos, era quando dava o horário de abertura da bilheteria para os clientes espectadores passantes. Neste dia em especial, após nossa rotina de impressão, o sistema caiu. e não voltou por nada. NUNCA MAIS. Ele simplesmente ficou fora do ar e não respondia a qualquer comando. Ficamos ali, com os ingressos impressos, e com algumas opções... Ou colocávamos a sala toda livre, para que os espectadores chegassem e sentassem aonde quisessem, (o que seria um risco, porque naquela sessão tínhamos convidados de patrocinadores que requeriam um lugar mais "privilegiado") Ou arrumávamos uma solução. Mas o sistema não colaborava. Qual poderia ser essa solução mágica?
Olhando para a tela do computador, eu reparei que ela parecia um jogo de Batalha Naval. Me ocorreu uma ideia bem louca. Falei pra Celinha... "E se a gente imprimisse dois planos de assentos do teatro e fosse marcando com tachinhas na medida que fossemos vendendo os ingressos, quando o pessoal chegar na bilheteria? Primeiro a gente já marca os convidados e pré-vendas online, e aí só vendemos os que sobram?" BOM... Parecia ser a única solução naquele momento, então falamos com nosso big boss que nos autorizou a executar a ideia. Produzimos os planos, colocamos até contact ;) Com os nervos à flor da pele, pedi muito para que isso desse certo, porque naquela noite a casa estava cheia.
E deu! Claro que foi trabalhoso. geralmente qualquer coisa o manual é mais demorada e requer mais atenção, mas essa noite na bilheteria aprendemos a nos virar na adversidade. Sempre tive o costume de sentar na penumbra para assistir ao espetáculo depois de fechar o borderô, mas esse dia teve um gostinho especial: de pertencimento ainda maior no projeto que sempre foi um dos grandes sonhos da minha vida - participar de um grande musical.