BERT a Busca do Google Mais Humana
Google BERT

BERT a Busca do Google Mais Humana

Nesta última sexta o Google anunciou uma nova e importante atualização de seu algoritmo, o BERT. Considerada pelo próprio buscador a atualização mais importante dos últimos 5 anos o BERT está relacionado diretamente a como o buscador lida com linguagem natural (como escrevemos e falamos) e seus resultados. 

BERT é um acrônimo para Bidirectional Encoder Representations from Transformers e está baseado na inciativa transformers que utiliza de inteligência artificial, mais especificamente redes neurais para interpretação de texto.

Os projetos com transformers no Google já vinham acontecendo desde 2017, especialmente relacionados a tradução de texto com resultados impressionantes (veja imagem abaixo). A iniciativa, além de mais eficiente é mais rápida e requer menos esforço computacional, o que naturalmente permitiu ao Google adaptar a tecnologia para seus esforços de busca.

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O que BERT significa para a busca?

O resultado da atualização nos buscadores já foi parcialmente aplicado tanto nas buscas em língua inglesa como também em português e está relacionado principalmente às buscas que vêm num formato de perguntas ou frases, gerando uma resposta direta e natural ao que foi buscado. Veja abaixo alguns exemplos em português.

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Com a aplicação do BERT veremos resultados imediatos não só no posicionamento de alguns sites no resultado de busca, mas também um impacto direto no ZERO CLICK RESULTS, que já mencionei em um artigo anterior e se refere a tendência de cada vez mais resultados do Google retornarem menos cliques, resolvendo a necessidade do usuário diretamente no resultado de busca. Muitos dos resultados do BERT estão retornando a resposta diretamente nos featured snippets, veja o exemplo abaixo.

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Mudando a forma como buscamos

 O BERT não muda só o formato dos resultados, Pandu Nayak, VP de busca do Google, espera também que a iniciativa influencie a forma como nós usuários buscamos. Os buscadores desde o início nos condicionaram a fazer buscas mais crípticas, utilizando palavras-chave no lugar de frases na busca. O que vem agora é um movimento contrário onde o usuário cada vez mais deverá se recondicionar a fazer buscas com frases mais naturais de conversação e perguntas.

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Obviamente que o Google está mirando também a evolução da busca por voz e a otimização de seu assistente virtual, um avanço importante para o Google na briga com seus competidores Siri e Cortana, num campo ainda aberto e com muito a evoluir para uma função e tecnologia que deverá ditar o futuro do comportamento digital.

A atualização do BERT gerou uma enxurrada de comentários sobre o impacto da tecnologia na busca, mas ninguém até aqui se deu conta que o Google está mirando lá na frente e que quem dominar o terreno de assistente virtual terá uma vantagem competitiva inigualável no meio digital, que por sinal, quando chegarmos lá, nem será mais visto como digital pois as fronteiras online e off estarão completamente indistintas.

Google e a Inteligência Artificial

Acho que vale registrar o quanto o Google realmente vem praticando o seu lema de AI First Company anunciado em 2017, mas que já vinha sendo praticado efetivamente na busca desde 2015 com sua atualização do algoritmo Rankbrain, curiosamente lançado no dia 26 de Outubro (só um dia de diferença do BERT). Devemos nos atentar ao fato de que hoje o Google é a empresa que mais concentra os grandes cientistas de inteligência artificial em seu quadro, some isso a quantidade de dados que controla e armazena e você tem aí um diferencial competitivo difícil de ser superado mesmo por seus pares mais avançados.

Se você me perguntar hoje se vale comprar ações do Alphabet, minha resposta seria um estrondoso SIM. Minha visão muito particular do Google é de que eles têm muito claro para onde o comportamento digital está apontando e mais que isso até, influenciado como será este comportamento antecipando o que nem sabemos que queremos ainda.

Acredito que o Google ainda está no início de uma jornada e o que veremos muito em breve é uma corporação que vai ser a primeira a dominar a oportunidade da escalada exponencial da evolução tecnológica no caminho da singularidade. Se chegaremos na singularidade eu não sei, mas que veremos corporações de proporções nunca vista antes colhendo os frutos da exponencialidade, disso não tenho mais nenhuma dúvida.

 

E você, o que acha que vem por aí? Compartilha aí nos comentários pra levarmos esta conversa adiante.

Tasla La Pastina Worth

Senior Marketing Localization Lead (Brazilian Portuguese)

5 a

Marcella Marques Lage have a look at this article.

Belo post Alexandre! Obrigado pelo tempo dedicado a ele e principalmente da maneira clara como colocou todas as informações. O Google vai mudar novamente a maneira como trabalhamos com SEO, cada vez mais focados no usuário, cada vez mais focado em tecnologia, cada vez mais focado em comportamento! Será, sem dúvida, uma das mais importantes atualizações do algoritmo. 

Obrigado por este post, Alexandre. Partilho com voce a ideia que zero-cilck e position zero serao os lugares, nos quais esse recurso será implementado e que voice search é o "cliente" mais importante da inteligencia do BERT. Tenho perguntas, se puder comentar, agradeceria imensamente. 1. Na perspectiva de buscas de conversao, voce acredita que o BERT pode ser explorado por profissionais de otimizacao? 2. Resolver queries ambíguas parece ser o forte da Google nos últimos anos, acha que queries sem qualquer ambiguidade também serao afetadas (broadhead queries, por exemplo)? Caso positivo,  enxergo um impacto bem grande na rotina do SEO. 3. Com tamanho poder de interpretar buscas seguindo o modelo de linguagem humana, estruturar dados perde um quinhao da importancia que muitos atribuem ao Schema, por exemplo (posto que a adocao de dados estruturados ainda é mais excessao, que regra). O que voce pensa desse raciocínio? Saudacoes e bom domingo, Klaus

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