Bioeconomia na indústria: conheça o mapeamento de biomassa no RS

Bioeconomia na indústria: conheça o mapeamento de biomassa no RS

A Rede SENAI-RS de Institutos de Tecnologia e Inovação está realizando um projeto de Bioeconomia, área que está alinhada às missões industriais para o uso eficiente e sustentável da biodiversidade brasileira. A Universidade Federal de Santa Maria é parceira neste projeto, que tem como objetivo desenvolver tecnologias a partir de recursos biológicos e renováveis para produtos e serviços mais sustentáveis, contribuindo para a desfossilização na indústria.

Considerando o potencial da bioeconomia brasileira e seu impacto ambiental, social e econômico, o projeto iniciou a sua primeira fase com a realização de um mapeamento que identifica a disponibilidade de biomassa no Rio Grande do Sul para a produção de novos produtos.

Segundo a Especialista da Rede SENAI-RS de Institutos de Tecnologia e Inovação e Coordenadora Técnica do Projeto, Dra. Carmem Gomes , o mapeamento é o ponto de partida para uma abordagem estratégica e sustentável, incluindo a escolha de tecnologias adequadas e a definição de cadeias produtivas alinhadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável.

"Os resultados desse mapeamento permitem à Rede SENAI-RS a estruturação de uma base de dados confiável, a fim de promover a competitividade da indústria no cenário da Bioeconomia. Deste modo, a geração de novos produtos e serviços ocorre com o uso responsável dos recursos de fontes renováveis", afirma.


Principais resultados do mapeamento de biomassa no RS

Com o estudo foi possível identificar os produtos com capacidade de gerar biomassa que possuem maior volume de produção no Rio Grande do Sul. Para realizar o levantamento destes produtos, foram explorados os seguintes setores:

Produtos Primários da Agricultura, Silvicultura e Vegetais, Produtos da Pecuária e Aquicultura, Produtos Industriais, Resíduos Sólidos Industriais e Resíduos Sólidos Urbanos.

Considerando todos os produtos agrícolas produzidos no Estado, entre 2018 e 2022, o mapeamento identificou que 83% do total de toneladas produzidas está concentrada entre soja, arroz, milho e trigo. Além dos cereais, estão mandioca, uva, cana-de-açúcar, maçã, batata inglesa, laranja, fumo, melancia e erva-mate como os principais produtos primários. As frutas mais produzidas foram uva, maçã, laranja, melancia e tangerina, representando 82% do total de frutas encontradas no RS.

Principais produtos agrícolas primários identificados no mapeamento


No setor de Produtos Industriais, estão abate e fabricação de produtos de carne (9,2%), moagem, fabricação de produtos amiláceos e alimentos para animais (6%) e fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais (5%).

Já os Resíduos Sólidos Industriais (RSI) com maior volume são papel e carvão (246 Mi quilogramas) e lodos do tratamento local de efluentes (123 Mi quilogramas).

Volume de resíduos sólidos industriais gerados em 2023 no Rio Grande do Sul

Para esta análise, foram retirados os resíduos de metais, metais ferrosos e metais não ferrosos. Ao considerar todos os tipos de resíduos, os resíduos de metais foram os RSI com maior volume (19,4 Bi quilogramas), seguido de metais não ferrosos (500 Mi quilogramas).


Confira outros principais produtos por setor identificados no mapeamento:

  • Silvicultura: acácia negra e carvão vegetal de outras espécies;

  • Produtos Vegetais: erva-mate e lenha;

  • Aquicultura: carpa e tilápia;

  • Pecuária: galináceos e bovinos;

  • Produtos de Origem Animal: lã, mel, leite e ovos de galinha.


Além do levantamento dos produtos setorizados com capacidade de gerar biomassa disponíveis no Rio Grande do Sul, o estudo mapeou quais destes produtos concentram um maior volume de produção em municípios e regiões do Estado. Com isso, foi possível identificar as empresas gaúchas de cada segmento.

Outro importante levantamento feito foi a análise de distribuição de biorrefinarias no Rio Grande do Sul, que são estabelecimentos que possibilitam a conversão de biomassa em uma variedade de produtos. A identificação destas biorrefinarias no RS é fundamental para o mapeamento, pois contribui para o desenvolvimento do projeto de Bioeconomia na busca por novas soluções sustentáveis na indústria.

“Os dados do mapeamento já constituem a base para as próximas etapas do projeto, possibilitando que a Rede SENAI-RS desenvolva tecnologias e impulsione a indústria a inovar na produção de produtos e processos mais sustentáveis”, conclui a Dra. Carmem Gomes.

Quer saber mais sobre o mapeamento e o projeto na área de Bioeconomia? Continue acompanhando o Linkedin da Rede SENAI-RS de Institutos de Tecnologia e Inovação .


Marcelo B. Vargas

Carbon Removal | Environment | Biochar | Quality | Procurement | Mechanical Engineer

4 m

Muito bom saber, principalmente porque grande parte dessa biomassa pode ser reduzida até 85% em massa por gaseificação produzindo Biochar, um fertilizante seco que captura Carbono no solo! Estou à disposição para explicar o processo e suas vantagens.

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