BITCOIN. A “BOLHA” VAI ESTOURAR. SÓ NÃO SABEMOS QUANDO...

A tecnologia pode resolver diversos problemas. Disso não tenho dúvidas. Sou um entusiasta das novas tecnologias e há cerca de 3 anos venho estudando diversos movimentos disruptivos, em missões aos Estados Unidos e ao Canadá.

O surgimento das criptomoedas é algo que vai ao encontro de todo esse movimento e é, em sua essência, algo revolucionário, que certamente tem o condão de gerar mais negócios e – em tese – liberar uma boa parte da economia do sistema bancário.

Contudo.... é..., sempre tem um “contudo”... há um outro lado da moeda, com o perdão do trocadilho.

A face revolucionária dessas moedas virtuais permitirá que o crime organizado camufle muito bem suas finanças, sob o manto da invisibilidade, garantido por algoritmos que a blockchain carrega em forma de registros de livros Razão espelhados numa gigantesca rede mundial de servidores, o que passamos a chamar de “nuvem”.

Imagine um paraíso financeiro perfeito para traficantes de armas, drogas e seres humanos! Imaginou? Pois o Bitcoin é o Éden para tais “empreendedores”. Recursos obtidos por meio de caixa 2, onde guardar? O Bitcoin é o “cofre” perfeito, desde que você não jogue seu hard disk no lixão.

Bom... essas e outras possibilidades são reais e já estão a ocorrer, em todos os cantos do mundo. Ou você acha que o crime organizado carrega a palavra “organizado” à toa? Não! Os caras certamente estão surfando na mesma onda que milhares de “investidores” amadores que ouviram um colega de academia ou de grupo de WhatsApp falar.

- Mas é real! Eu mesmo já fiz meu capital multiplicar por dez!, disse um colega. Sim, eu sei que o valor que você investiu hoje equivale a dez vezes o valor original. Perfeito! Disso eu não duvido.

Ocorre que esse movimento de evolução exponencial é característico de uma autêntica bolha financeira. Vejamos as razões que a caracterizam:

>> O ativo é lançado como algo revolucionário e gera ganhos fáceis e sem risco;

>> Um pequeno grupo de investidores faz o primeiro movimento de compra;

>> Esse pequeno grupo divulga ganhos consideráveis e “sem risco”;

>> O valor de face do ativo sobe constantemente e exponencialmente;

>> A quantidade de investidores que passa a comprar aumenta vertiginosamente;

>> Os ganhos obtidos pelos primeiros investidores atraem cada vez mais investidores;

>> A demanda continua a subir, forçando incrivelmente os preços para as nuvens;

>> Novos “emissores” como a Venezuela (hã?) lançam novas “moedas”;

>> Em determinado patamar, os preços elevados não se justificam mais;

>> A confiança dos investidores sofre abalo e o movimento de venda começa;

>> O movimento de venda cresce e ocorre o fenômeno manada, onde todos vendem;

>> O excesso de oferta faz com que os preços evaporem

Aí ocorre o que sempre ocorre nesses casos. Você tem um ativo que potencialmente vale 50.000, mas não há compradores. Esse é o movimento cíclico que qualquer estudante de Economia de 4º semestre já estudou. Ou, se você se der ao trabalho de pesquisar no Google sobre o tema, vai descobrir. Se gostar de cinema, sugiro assistir aos filmes: “Os caras mais espertos da sala” e “A grande aposta”. Pronto!

Estou deixando registrada minha opinião em artigo, mesmo sabendo que serei – de pronto – criticado por muitos evangelistas dessas novas moedas. Mas acho prudente marcar – no tempo e no espaço – minha visão sobre o tema, até para que possamos olhar para trás e aferir quem estava certo ou errado.

Quando os ganhos fáceis são alardeados, e mais que isso, são realizados, o movimento de alta é o que antecede a uma forte queda. E isso não é – como costumam dizer os americanos – “rocket science”. Basta olhar os movimentos ocorridos em todas as bolsas do mundo, desde a – principalmente – década de 30, passando pela crise dos sub-primes de 2008.

Que a bolha financeira das criptomoedas vai estourar, quem é do mercado, sabe que vai... Mas, enquanto puder realizar lucros, melhor...

A você que já entrou e já ganhou, sugiro que retire os ganhos e continue apostando com uma fração do que dispõe atualmente. Até mesmo porque se o negócio é ilimitado como você acredita, logo logo, terá outro montante aplicado, não?

E se você ainda não entrou, mas pensa em fazê-lo, sugiro muita cautela. Aposte no máximo 10% do que você tem disponível para aplicações de risco.

Bom, como se diz por aí: cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém.

Um abraço e BOA SORTE!

Juracy Soares

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