Boas práticas de um negócio saudável #5 Planejamento estratégico
Agora vamos lá. Nessa série, até agora nós: demos partida com a Ética, que dá as bases para qualquer organização, relação e ecossistema. Seguimos para fundamentos de um negócio, que começam por Propósito, Visão e Valores, culminando em Cultura. Com esses elementos postos, organizamos a Governança, Papéis e Responsabilidade, e agora é hoje de:
Planejamento Estratégico
É o processo pelo qual uma organização define sua direção de longo prazo, aproveitando oportunidades e trabalhando para afastar ameaças; reconhecendo forças e fraquezas da própria estrutura e equipe com objetivo de priorizar o que deve ser trabalhado. Planejar é estabelecer objetivos estratégicos que, ao serem atingidos, significarão que a empresa está cumprindo missão.
Um trabalho bem feito de planejamento se desdobra numa jornada contínua entre reflexão, decisão e ação. É o pilar com o qual se constrói uma ponte entre onde a empresa está hoje e onde deseja estar no futuro.
Aos mais familiarizados, um exemplo de "mercado" é o método PDCA, que, relembrando, significa traduzido para o português o ciclo entre: Planejar, Fazer, Checar e Agir ("agir" no sentido de reagir, de se adaptar ao que foi comprovado na etapa de checagem).
A decisão mais importantes do planejamento estratégico é a alocação dos recursos. Se precisamos transformar os objetivos estratégicos em realidade tangível, é aplicando o tempo do time e as ferramentas (energia) disponíveis, com sabedoria e métricas corretas, que fazemos ser possível "chegar lá".
Resumidamente, trabalhamos isso de um jeito que chamamos de Triplo A:
ONDAS DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
O que anteriormente foi exemplificado pelo PDCA, a seguir explicaremos em termos de fluxo entre principais agentes da governança.
Vamos aos movimentos:
Primeira onda - Olhando para o futuro (visão dos acionistas e do conselho):
A arquitetura do planejamento estratégico inicia no topo da organização, emanando das expectativas dos acionistas e se materializando através do estabelecimento e manutenção da trio Missão, Visão e Valores (MVV). Nesse nível é quando se contempla a definição de macro objetivos e a configuração da ambição organizacional.
Segunda - Desenvolvendo (diretoria executiva):
Com as definições do board e/ou dos acionistas, fica sob responsabilidade da diretoria a construção do plano de execução, em que os principais milestones são propostos, competências estratégicas são identificadas (avaliadas) e toda uma estrutura de ações e metas segmentadas é montada.
Nesse processo precisa ser feita uma profunda análise competitiva e dos recursos disponíveis, antecipando cenários futuros e articulando estratégias resilientes, articulando bem a quebra do "macro" em "micros".
A estratégia é multifacetada, abrangendo ações reativas a fatos já ocorridos, proativas em antecipação a um futuro "percebido" e também criativas para que se possa inovar em novos caminhos*. Este espectro demonstra a necessidade de equilibrar a gestão dos legados com a visão para inovação e prevenção.
*falaremos bastante sobre inovação e transformação digital mais a frente.
Terceira - Aprovando (conselho):
Com base nas metas propostas (que recomendamos sejam do tipo 'SMART', que significa que são objetivos específicos-claros, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporalmente lastreados);
E com uso de indicadores pragmáticos de desempenho, deve ser analisado e aprovado o plano criado, considerando sua distribuição entre os times e o compromisso da diretoria em realizá-lo.
Quarta - Comunicando e realizando (Diretoria):
Aqui é a alma da execução. Compartilhar o plano, comunicando-se efetivamente e garantindo do time. É responsabilidade das lideranças garantir seu pleno entendimento e execução por toda a empresa.
"Planejamento sem ação é um sonho; ação sem planejamento é uma gincana!" (Pedro Junqueira, 2024 - dando meu tom ao conceito bastante explorado de que sem planejar, qualquer resultado serve; e sem agir, nada acontece)
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BOAS PRÁTICAS
Indicadores de desempenho
Há pouco falamos dos indicadores de desempenho (KPIs). Que sejam "pragmáticos".
Por vezes entendemos que precisamos de muitos diferentes indicadores para sabermos se estamos no caminho de atingir um objetivo, mas cuidado com isso. A escolha de KPIs deve refletir critérios que passem por essencialidade e eficácia, ou seja, limitando-se a um número gerenciável com qualidade de realmente direcionar o foco para o que é crítico.
Perguntas reveladoras
A arte de questionar desempenha um papel fundamental no aprimoramento do planejamento estratégico. As perguntas certas podem revelar prioridades ocultas, desafiar certezas e pressupostos, iluminando o caminho para inovações e funcionando como estímulos para a reflexão. Cada questionamento - e seus desdobramentos - pode gerar o necessário alinhamento em torno de prioridades, reduzindo divergências.
A seguir algumas idéias de perguntas que podem ser eficazes no processo de descoberta e orientação:
Sobre a empresa
Sobre futuro
Sobre estímulos à inovação
Sobre mercados e canais
Sobre apoio operacional e investimentos
Estas perguntas, e o que pretendemos provocar a partir delas, funcionam como catalisadores para um pensamento estratégico mais profundo, abrangente e realista. Elas incentivam a liderança a adotar uma abordagem holística e integrada, assegurando que todos os aspectos do planejamento estejam alinhados com a visão de longo prazo da organização e adaptados para enfrentar os desafios do ambiente de negócios em constante mudança.
Concluindo
O planejamento estratégico é um exercício de equilíbrio entre a aspiração e a realidade operacional, exigindo uma compreensão profunda do ambiente de negócios, clareza de propósito e a capacidade de adaptar-se e responder às mudanças dinâmicas. Através da implementação de um processo estratégico robusto, as organizações podem não apenas navegar com sucesso pelos desafios presentes, mas também moldar seu futuro, garantindo sustentabilidade e crescimento a longo prazo.
Comece pelas expectativas dos acionistas e perspectivas de mercado ao definir macro objetivos e ambição organizacional.
Continue com a inclusão ou atualização de um diagnóstico acurado, reconhecendo de verdade o negócio, entendendo as tendências e suas capacidades internas.
Defina claramente suas metas, e de forma inteligente, e elencando os KPIs apropriados (sem exageros). para conseguir alinhar esforços de inovação com a visão de longo prazo da empresa.
É esperado que ocorram ajustes. O importante é garantir que a estratégia seja realista e viável, levando em conta as capacidades de produção, logística e gestão de recursos.
Obrigado pelo seu tempo, esse artigo foi bem menor como eu prometi, espero ter trazido alguma luz. Se quiser comentar, acrescentar exemplos ou mesmo rebater, seja bem vindo(a) com suas provocações.
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