Boletim Econômico 2016/2017
Em 2017 poderá iniciar um ciclo de recuperação Econômica, com a inflação caindo ao longo de 2016 (Janeiro 11,31% - Setembro 8,50%) pressionando a redução da taxa de juros e consequentemente o aumento do crédito e os investimentos.
Entretanto, para a manutenção dessa retomada, é necessário que o reajuste fiscal nas contas do governo sejam realmente efetivos e que os impactos da política internacional não sejam tão intensos.
Num momento delicado como o Brasil vive, a política internacional tem um papel decisivo na recuperação econômica. Especula-se que o resultado das eleições americanas possam prejudicar o fôlego brasileiro, isso porque, a queda na bolsa de valores e o aumento do dólar implicam diretamente na desaceleração da inflação e no aumento da taxa básica de juros. Outro ponto é a nova postura protecionista americana, que prevê a restrição no comércio internacional, provocando quedas na balança comercial brasileira. Hoje os EUA é um dos grandes parceiros comerciais do Brasil.
O economista Luiz Alberto Machado, havia citado no final de 2015, quando houve a consolidação da crise, que em 2016 entraríamos em uma depressão econômica "andando para trás e como uma inflação alta". A instabilidade política logo nos primeiros meses e as incertezas fizeram com que o Brasil passasse o ano estagnado, e por consequência em uma depressão econômica.
O fraco desempenho econômico do ano consolidou-se em todos os ramos da indústria, principalmente da indústria da transformação, puxado pelos segmentos da construção civil e setor automotivo. O setor extrativo que já estava sendo impactado pela crise, sofreu ainda as consequências pelo desastre na cidade de Mariana, afetando nacionalmente a produção e beneficiamento de minério.
O segmento Industrial é o que tem mais sentido a crise econômica, com o aumento de seus custos de produção e pouca competividade com queda na participação da economia. Com a indústria enfraquecida, seus impactos já são sentidos no setor de serviços e comércio, determinantes da falta de crescimento nacional.
A economia brasileira, como era esperado, caminhou ao longo de 2016 sobre uma forte depressão. No segundo semestre, mostrou sinais de fôlego, entretanto ainda insuficientes para impulsionar o país a sair da crise.
Apesar do nível de endividamento das famílias estar alto, as projeções apontam queda tanto no PIB quanto na produção industrial e nas vendas do varejo, a melhora da confiança empresarial, a desaceleração da inflação e a estabilização do mercado de trabalho formal, fazem com que as projeções para o segundo semestre de 2017 sejam positivas.
A taxa de desemprego em 2016 atingiu um dos seus maiores índices, levando o Brasil a ocupar o 7º lugar no ranking global elaborado pela agência de classificação de risco brasileira Austin Rating que engloba 51 países.
Para o mercado de trabalho recuperar os números de 2014 – menor índice de desemprego - levará alguns anos, pois as empresas estão se reorganizando internamente para se adaptar ao novo momento que o Brasil está passando, com isso as contratações ainda são tímidas.
Fonte: IBGE / Ministério do Trabalho / CNI