Bolsonaro e seus ministros estranhos

Bolsonaro e seus ministros estranhos

Jair Bolsonaro segue com suas nomeações no mínimo estranhas. Para a Educação, o futuro presidente parecia que ia dar uma tacada de mestre ao cogitar Mozart Neves, de currículo perfeito para essa tarefa quase impossível que é melhorar nossos alunos, sistema de aprendizado etc.

Bolsonaro foi sim pressionado pela bancada evangélica para trocar de nome. O escolhido foi o colombiano Ricardo Vélez, entusiasta do golpe de 64. Quem disse que a direita estava dormindo nesses últimos não pode reclamar do cardápio bolsonarista. O conservadorismo predomina no ministério do capitão reformado. Mas isso já era de se esperar.

Vélez promete levar adiante o debate da tal escola sem partido. Para uma corrente da população brasileira, nossas escolas são verdadeiras fábricas de comunistas. Será?

A escola sem partido tão defendida por Bolsonaro e seus entusiastas visa transformar o papel do professor. Será que os debates serão incentivados? Ou as versões prontas do conhecimento é que vão predominar em nossos “centros do saber”?

O que se quer, no fundo, é uma escola com partido – desde que alinhada à causa de quem está no poder. Nos tempos do PT, a oposição dizia que os professores estavam doutrinando os alunos para o campo esquerdista. Da questão do gênero sexual ao Mercosul, tudo estava “a serviço” de alguma corrente ideológica. Os tempos nebulosos continuam.

Ainda na seara do conhecimento, o Ministério da Cultura deixará de existir. Até aí nenhuma novidade, já que a pasta nunca despertou grandes paixões em Bolsonaro.

A Cultura ficará dentro do novo Ministério da Cidadania e Ação Social, que também terá o Esporte e o Desenvolvimento Social. Parte da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas ficará nesse guarda-chuva gigante.

Quem vai comandar essa estrutura toda é Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro do Desenvolvimento Social de Temer. Perguntado sobre o que sabe de Cultura, Terra foi direto: “Só toco berimbau”. Será que toca mesmo? Questionado pela Folha de S.Paulo sobre os principais problemas do Esporte e da Cultura em Vera Cruz, Osmar nos deixou tranquilos: “Olha, eu nem conheço”. A grande missão do futuro ministro será fazer um pente-fino na Lei Rounaet, o principal instrumento de incentivo a atividades culturais no Brasil e que foi bastante questionado nos últimos anos.

Tirando a equipe econômica, nada de animador no ministério de Jair Bolsonaro.

 

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